Sunyé repele acusação de omisso

O ex-diretor da Educação Jaime Sunyé Neto, acusado de, por omissão, ter permitido as fraudes que resultaram no desvio de mais de R$ 20 milhões de verbas destinadas à reforma e construção de escolas, reagiu às insinuações do governo e reafirmou ter sido o autor do primeiro levantamento que identificou o esquema criminoso que deu causa à abertura da Operação Quadro Negro.

Segundo Sunyé, ele nunca teve contatos com o dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza; que não era de sua responsabilidade direta acompanhar as obras físicas e muito menos fazer medições sobre seu andamento; que para este trabalho estava designado o diretor Maurício Fanini, amigo do governador e por ele nomeado para o cargo; que Fanini dispunha de uma equipe de engenheiros para produzir os laudos técnicos e de medição; e que só depois de os processos serem aprovados por Fanini e por outras instâncias da SEED, inclusive jurídicas, é que atestava a suposta regularidade.

Sunyé confirma sua presença na reunião do conselho de gestão administrativa e fiscal, realizada em 1.º de dezembro de 2014, mas não era membro do grupo, não tinha direito a voto e apenas, casualmente, acompanhou o então secretário Paulo Schmidt. Esta reunião aprovou a concessão de seis aditivos irregulares que favoreceram o esquema Valor-Fanini de desvio de verbas – mas até aquele momento não tinha conhecimento das fraudes.

A partir de fevereiro ou março de 2015 é que começaram a surgir os primeiros indícios e que o secretário Fernando Xavier – que substituiu Paulo Schmidt – foi sendo continuamente informado por ele das irregularidades. No fim de abril concluiu seu relatório e o entregou a Xavier, que por sua vez determinou a abertura de sindicância. Em seguida, foi demitido do cargo, assim como Fanini. Xavier pediu exoneração logo em seguida.

Sunyé não aceita as acusações de omissão e se diz vítima de uma armação do governo como forma de “vingança” por ter revelado o esquema que colocou o governador como indiciado nos inquéritos abertos no STJ e no STF.

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