Quadro Negro: governo acusa Sunyé de omisso

Setores do governo do estado ainda demonstram estranheza com relação ao à participação do engenheiro Jaime Sunyé, ex-superintendente da Sude, que aparece no noticiário como o homem que denunciou o esquema da Quadro Negro. A versão é contestada pelo governo, que assegura que, no mínimo, Sunyé foi omisso ou desatento no cumprimento de sua obrigação de evitar que prosperasse o conluio entre o ex-diretor Maurício Fanini e o dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, que causou o desvio de pelo R$ 20 milhões pagos para a construção de escolas que nem tinham saído do chão.

A estranheza principal consiste no fato de que Sunyé participou de reuniões que aprovaram aditivos para a construtora e recomendaram que o governador assinasse a liberação de mais recursos como se as obras já estivessem quase prontas.

Fontes de Palácio Iguaçu, ainda inconformadas com a tentativa de responsabilização de Beto Richa – que hoje responde a inquérito autorizado pelo STJ -, citam a ata da reunião do Conselho de Gestão Administrativa e Fiscal do Estado que aprovou de uma só vez seis aditivos para a construtora, em 1.º de dezembro de 2014.

A esta reunião Sunyé estava presente, juntamente com o secretário da Educação Paulo Schmidt (que ocupou o cargo por nove meses no final da primeira gestão de Beto Richa). E não houve da parte de Sunyé nenhuma manifestação de contrariedade ou de alerta quanto às fraudes que já então se desenrolavam a todo vapor.

Segundo as fontes, Sunyé se manteve silencioso – ou desatento aos fatos – até que o secretário Fernando Xavier, avisado pela assessoria jurídica da secretaria da Educação, decidiu abrir a sindicância que começou a expor toda a maracutaia. A participação de Sunyé no caso só passou a ocorrer a partir da iniciativa do Xavier.

Durante pronunciamento na Assembleia, o líder do governo, deputado Luiz Cláudio Romanelli, munido de lâminas reproduzindo documentos de toda a documentação que levou Beto Richa a assinar os aditivos, apontou o dedo para o nome de Sunyé como um dos responsáveis – no mínimo por omissão – pelas travessuras que desviaram cerca de R$ 20 milhões dos cofres públicos.

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