Maia rebate críticas de Guedes, questiona transição amena de militares e diz que governo é usina de crises

Depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter criticado duramernte o relatório da reforma da Previdência, elaborado pelo deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),  rebateu as críticas, defendeu o texto e ressaltou que o Congresso Nacional está blindado das crises que são geradas pelo poder Executivo, como a de hoje. “O governo é uma usina de crises”, disse.

Maia também fez um questionamento a Guedes: “A única pergunta que eu deixo aqui para ele é por que a transição dos militares (proposta pelo governo) é menor, é mais flexível, é mais leve do que a proposta pelo relator “, disse

“Vamos aprovar a reforma da Previdência. Nós blindamos a reforma das crises que são geradas todos os dias pelo governo. Cada dia um ministério gerando uma crise. Hoje infelizmente foi meu amigo Paulo Guedes, numa crise desnecessária, num momento em que o Parlamento assumiu a responsabilidade pela reforma”, disse o deputado, que afirmou que a Câmara quer garantir uma economia fiscal de R$ 900 bilhões em dez anos.

Maia afirmou que o ministro da Economia não está sendo justo com o Parlamento, “que está comandando sozinho a articulação pela aprovação da reforma”. “Se dependêssemos da articulação do governo, teríamos 50 votos, e não a possibilidade de ter 350, como temos hoje”, disse.

Ele disse que é muito triste ver o ministro Paulo Guedes  dando as declarações que deu hoje. “Na democracia, a coisa mais bonita é respeitar o adversário. E nisso o Guedes falhou.”

“Acho que ele (Guedes) está errado. R$ 900 bilhões é uma economia que está muito próxima de R$ 1 trilhão”, disse. “R$ 900 bilhões é uma grande economia para um governo que não tem base”, acrescentou.

Maia parabenizou Moreira pelo relatório. “Fez um trabalho espetacular”, disse. “Nas democracias as vitórias não são absolutas e é isso que talvez Guedes não saiba. Existe uma coisa chamada Parlamento, no qual há um diálogo para construir maioria”, afirmou, lembrando que a sociedade elegeu 513 deputados. “Ali é a representação da sociedade”, disse.

O presidente da Câmara rebateu igualmente a crítica feita pelo ministro da Economia à transição proposta para servidores públicos no relatório do deputado Moreira. Maia ressaltou que quem atendeu a interesses de corporações foram o próprio Guedes e o presidente Jair Bolsonaro, quando elaboraram a transição para os militares. “A transição que Guedes propôs para militares é de 17%, além do tempo que falta. A nossa proposta é de 100% do tempo que falta. Então, quem fez transição que beneficiou corporações foram o ministro Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro”, disse.

 

 

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