Cida x Fernanda: amigas para sempre?

(por Ruth Bolognese) – A perspectiva de poder pode até transformar as duas mulheres mais importantes do governo Richa, a vice-governadora Cida Borghetti e a mulher do governador, Fernanda, em amigas de infância. Mas, na real, elas nunca foram próximas, nem amigas, daquelas de trocar confidências. Ao contrário. O ciúme, natural nessas circunstâncias, povoou o relacionamento entre elas durante todo o período de governo.

Em 2016, quando corria solto o boato que o marido Ricardo Barros estava extrapolando nas interferências no governo, sugeriu-se que Cida e Fernanda assinassem juntas um artigo para o mês internacional da mulher. O artigo foi escrito pelo gabinete da vice e enviado para a assessoria de Fernanda Richa. Não houve nem resposta.

Em cerimônias oficiais, nesses três anos, “houveram” (como diria o juiz Sérgio Moro) inúmeras vezes,  que, enquanto a vice discursava, Fernanda grudava no celular, sinal de indiferença. A postura era sempre relatada para a vice e dispensava comentários.

E nesse período todo, a única visita que Beto e Fernanda Richa fizeram, juntos, ao gabinete da vice foi na base da solidariedade mineira: o casal esteve lá em dezembro de 2015, quando o irmão caçula da vice, Juliano Borghetti, foi preso pelo Gaeco, órgão investigador do Ministério Público, por conta da Operação Quadro Negro (desvios de dinheiro de escolas públicas). E por orientação da assessoria direta do gabinete, a visita não foi divulgada.

Discreta ao máximo por orientação do marido quando se trata de comentários sobre aliados políticos, Cida Borghetti não conseguiu se segurar depois de uma visita feita à residência do primeiro casal em 2016, por ela e por Ricardo Barros. Contou num grupo do gabinete que ambos chegaram no horário de jantar, conversaram longamente com Beto e Fernanda, e nada lhes foi oferecido, nem mesmo um cafezinho. A indignação deve ter falado mais alto.

Mas, vai ver que agora, tanto Fernanda como Cida poderiam se aproximar ao ponto de se comporem a mesma chapa para disputar o governo. A rapidez e o afã do desmentido do Palácio Iguaçu indica que o assunto esteve em pauta.

Seria a tempestade perfeita: mais 8 anos do grupo Richa/família Barros governando o Paraná.

2 COMENTÁRIOS

  1. E elegem a filha e o filho deputados estaduais, o cunhado deputado federal, os maridos deputado federal e senador. A mãe continua recebendo aposentadoria de ex governador.
    Só falta combinar com o povão.
    Isso é renovação na política paranaense.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui