Quase de 154 mil multas foram lançadas contra motoristas flagrados por sistemas eletrônicos de fiscalização de trânsito em Curitiba somente no primeiro semestre de 2019, segundo o levantamento apresentado pelo vereador Tico Kuzma a partir de dados fornecidos pela superintendência de trânsito do município de Curitiba.
Do total, 151.800 foram aplicadas por radares fixos e lombadas eletrônicas, mas há um número menor – mas considerável – de motoristas multados por radares móveis – equipamentos que podem ser instalados em qualquer lugar, não sinalizados e nem sempre visíveis pelos usuários.
Com um detalhe irritante: o radar móvel não perdoa excessos às vezes imperceptíveis (ou até em casos de momentos necessários e críticos de ultrapassagem) quando motoristas trafegam em vias onde a velocidade máxima permitida é de 40km/h, limite existente na grande maioria das ruas da cidade.
Não há dados quanto arrecadação de dinheiro que esta multas proporcionam para os cofres públicos, assim como não são vistas campanhas educativas e de esclarecimento dos motoristas quanto à presença de radares móveis, geralmente colocados de surpresa – uma espécie de “pegadinha”
O projeto do vereador Kuzma “veda o uso de equipamentos medidores de velocidade do tipo móvel, estático e portátil, para a fiscalização de velocidade dos veículos que trafeguem nas vias públicas municipais, para fins de aplicação de multas ou qualquer outra penalidade”. Segundo ele, as informações sobre a quantidade de multas e os locais das operações foram confirmados em documento fornecido pelo Poder Executivo.
Pois bem, nessas vias com limite de 40km, os radares móvies especializaram-se em multar motoristas que estarão atrafegando à velocidade de 48km – ou seja, 20% acima do limite; 2.640 multas foram registradas nestas condições por radares móveis e, pior, em locais não necessariamente visualizadas as placas de velocidade máxima “A média das multas dos radares fixos é de 3,6 por dia, enquanto a dos estáticos, que são colocados em tripés, é de 36 por dia, ou seja, uma 10 vezes maior”.
Quase 80% dos veículos multados por fiscalização com radares móveis transitavam em vias cuja velocidade máxima é de 40 km/h, por transitar em velocidade superior à máxima em até 20%: “ou seja, a maioria foi autuada por trafegar entre 48 e 55 km/h”. Ainda conforme o vereador, de janeiro a julho foram realizadas 73 ações de fiscalização e foi aferida a velocidade de 56.294 carros, sendo que 4,69% foram multados.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal analisa nesta terça-feira 15 projetos de lei na pauta do colegiado. A reunião começa às 15h, na Sala das Comissões. Entre as proposições que serão avaliadas está a proposta que veda, em Curitiba, o uso de radares móveis de fiscalização sobre velocidade dos veículos.
A iniciativa é do vereador Tico Kuzma (Pros) e não afeta os radares fixos, que são aqueles colocados em postes ou estruturas metálicas permanentes, nem as lombadas eletrônicas (leia mais). Mas ficarão proibidos os radares móveis, aqueles medidores que ficam dentro das viaturas da guarda de trânsito e dos equipamentos montados temporariamente em tripés (estáticos) e para os medidores de mão (portáteis).