Petroleiros fazem ato contra fechamento de fábrica de Araucária e demissão de funcionários

Petroleiros de todo o país ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) farão protestos na manhã desta sexta-feira (17) contra a decisão da atual diretoria da Petrobrás de desativar a fábrica da Araucária Nitrogenados (Ansa/Fafen-PR). A paralisação da unidade vai provocar a demissão de cerca de 1.000 pessoas, além de empregos indiretos e dos impactos na economia local.

Cálculos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep) apontam que somente o município de Araucária, onde está instalada a Ansa/Fafen-PR, vai sofrer impacto negativo de R$ 75 milhões anuais com a demissão dos trabalhadores e a perda de suas rendas. A perda se estende também aos cofres do governo do estado do Paraná, que pode deixar de recolher cerca de R$ 50 milhões em ICMS.

“A Petrobrás alega prejuízo para fechar a Fafen-PR, mas esse prejuízo é apenas contábil. A matéria-prima usada pela unidade é um resíduo que vem da vizinha Repar, que é da Petrobrás. Só que a Fafen paga preço de mercado internacional, não o real custo do insumo. Até 2015 a Fafen dava lucro, mas essa mudança contábil da Petrobrás fez a companhia ter prejuízos”, aponta o diretor de Comunicação da FUP, Gerson Castellano.

A maior mobilização será na entrada da Ansa/Fafen, em Araucária, mas também haverá manifestações no Edifício da Petrobras (Ediba) em Salvador (BA); na Refap, em Canoas (RS); na Regap, em Betim (MG); e na Replan, em Paulínia (SP).

Ainda estão confirmados atos na Reman (Amazonas), no Polo Guamaré (Rio Grande do Norte), na Refinaria Abreu e Lima e no Terminal de Suape (Pernambuco), no Terminal de Vitória/Tavit (Espírito Santo), na Reduc (Rio de Janeiro) e na Recap (São Paulo).

A Ansa/Fafen-PR responde por quase 40% da produção de ureia do Brasil. A ureia é insumo básico para a produção de fertilizantes. Com o fechamento da unidade, a dependência do Brasil da importação de fertilizantes deverá aumentar. Isso porque a Petrobrás ainda arrendou as Fafens da Bahia e de Sergipe no fim de 2019. Somadas, as três unidades garantem cerca de 30% da produção de insumos para fertilizantes.

Segundo o sindicato do trabalhadores, o aumento da importação de fertilizantes coloca em risco a segurança e a soberania alimentar do país, que fica ainda mais dependente das flutuações do mercado externo. Além disso, como o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de commodities agrícolas, um aumento dos custos na produção agrícola nacional ameaça a competitividade do país, sobretudo em grandes mercados compradores, como a China. (Bem Paraná).

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