Beto sabia tudo sobre esquema de propinas do pedágio, diz Nelson Leal

O ex-governador Beto Richa não só sabia como até chegou a participar de reuniões no Palácio Iguaçu para tratar de aditivos que favoreciam as concessionárias do pedágio no Paraná em troca de vantagens pessoais e para campanhas eleitorais. E até mandou exonerar um servidor que não estava cumprindo o trato de repassar para ele as propinas que arrecadava junto às concessionárias.

Este relato consta de um dos cinco termos da delação prestada pelo ex-diretor-geral do DER, Nelson Leal Jr., e que o Ministério Público Federal (MPF) juntou nesta segunda-feira (29) ao processo que tramita na Justiça Federal sobre a Operação Integração I. O anexo é rico em detalhes sobre como chegavam às mãos da cúpula do governo Beto Richa as propinas pagas pelas concessionárias de rodovias do Anel de Integração em troca de aditivos que aumentavam as tarifas de pedágio ou da tentativa do governo estadual para prorrogar os contratos.

Segundo Nelson Leal, eram frequentes as reuniões realizadas no Palácio Iguaçu, na sala do então chefe de Gabinete Deonilson Roldo, com a invariável presença do secretário Ezequias Moreira. Nestas reuniões, o delator recebia instruções para produzir novos aditivos ficando sempre implícito (ou até mesmo explícito) que tais aditivos eram necessários para viabilizar repasses ilícitos para campanha eleitoral e para vantagens pessoais.

Segundo o ex-diretor do DER, de algumas dessas reuniões participou o próprio governador Beto Richa. E, para comprovar que Richa tinha pleno conhecimento dos “acordos” com a concessionárias, relatou ter sido chamado ao Palácio numa sexta-feira pela manhã para audiência urgente com o governador. Nesta, Beto, muito irritado, determinou a Nelson Leal que demitisse imediatamente o diretor-geral da secretaria de Infra-Estrutura e Logística, Aldair Petry (o Neco), porque ele não vinha cumprindo a obrigação de lhe fazer repasses para seu proveito pessoal.

Nelson Leal não era o chefe imediato de Aldair Petry e sim o irmão de Beto, o secretário Pepe Richa, a quem foi transmitida a determinação do governador. Pepe, no entanto, resistiu por algum tempo a exonerar o diretor, mas o readmitiu meses depois, de forma terceirizada, após receber ameaças de Petry de que estaria pronto para denunciar os esquemas de propinagem.

A delação de Nelson Leal Jr. – que foi considerada a mais sólida, detalhada e esclarecedora da Operação Integração I – foi prestada perante o procurador da República Diogo Castor e do agente da Polícia Federal Rodrigo Prado Pereira, com a assistência de seus advogados Tracy Renaldet e Gustavo Sartor.

Leal foi preso dia 26 de fevereiro e foi pressionado a não fazer a delação, mas foi graças a sua decisão de contar o que sabia que deixou a cela da Polícia Federal em tempo recorde – apenas três meses. Atualmente cumpre prisão domiciliar com tornozeleira e teve confiscados alguns dos bens e valores que acumulou com o dinheiro “extra” que ganhou, dentre os quais um apartamento de luxo no Balneário Camboriú, avaliado em R$ 2,5 milhões.

As defesas de Beto Richa e do irmão Pepe, assim como de outros denunciados na Operação, sempre desmentiram as afirmações de Nelson Leal Jr.

Veja a íntegra de um dos cinco termos sobre os quais foi levantado o sigilo:

4 COMENTÁRIOS

  1. Ridículo, absurdo e inaceitável esse Nelson estar em casa, cumprindo pena! Mais ridículo, ainda, é a esposa dele no Facebook postando críticas à corrupção do PT. As pessoas perderam a noção. O marido usando tornozeleira eletrônica por durante mais de uma década ter participado ativamente de desvios milionários de dinheiro público e a esposa postando: “pt não”. “Luto pelo Brasil”. Vergonhaaaaaaa!

  2. Aí playboy !!!!!. Pra que vai servir este dinheiro sujo? O meu é limpo, fruto do meu trabalho que você prejudicou muito. Sou servidor público aposentado e meu salário não tem correção à anos. Você não tem ideia do rombo wqu fez na Paranaprevidencia. Oito bilhões tomado de quem contribuiu durante a vida e que correm o risco de não terem seus salários na velhice. Apodreça na prisão verme.

  3. Bom Dia,então está bem explicado porque o Beto Tico Tico,por diversas vezes disse,que perdoava o pecador mais não o pecado,o pecador sempre esteve pecando a mando do Chefe Maior,acredito que o Beto Tico Tico ainda vai ganhar e ultrapassar em escândalos de corrupção o Sérgio Cabral,o ex-governador do Rio de Janeiro,que até o momento leva a taça de campeão brasileiro no segmento da corrupção e desvios do dinheiro público….

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