Nova reportagem da Vaza Jato, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo portal Uol, em parceria com o site The Intercept, revela que logo após o primeiro turno das eleições presidenciais, o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba, e o ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, fizeram lobby junto a Jair Bolsonaro para indicar Vladimir Aras para o cargo de Procurador-Geral da República (PGR), com a provável saída de Raquel Dodge, agora em setembro.
Os diálogos mostram que Aras procurou Dallagnol ainda durante o período eleitoral para articular encontros com pessoas que pudessem influenciar na decisão de Bolsonaro, se eleito, na designação do novo PGR.
Aras pede no dia 11 de outubro de 2018 – quatro dias após o primeiro turno das eleições presidenciais – que Dallagnol acione Moro. “Fala com Moro sobre minha candidatura a PGR”, escreveu Vladimir Aras às 13h22 de 11 de outubro de 2018 – quatro dias após o primeiro turno da eleição presidencial. “Com bolsonaro eleito, vou me candidatar”, completou às 13h23.
Na sequência, às 14h20, Aras diz já ter falado com Moro sobre a candidatura. “Ele já tem prestígio agora”, cita, antes de emendar que “ele vai ser ouvido pelo presidente na indicação”.
Dallagnol dá, então, aval de que tudo estaria encaminhado. “Conseguimos articular sua indicação”, diz às 14h27. “Temos várias pessoas para chegar lá”.
As articulações continuaram após a eleição de Bolsonaro e com Moro alçado ao Ministério da Justiça. No dia 14 de abril, às 15h33, o procurador retoma a conversa com Aras. “Peço reserva, mas Moro confirmou pra mim que Vc é o candidato que ele vai defender”.
Antes disso, no dia 19 de fevereiro, Aras pediu que Dallagnol o apresentasse a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Vc poderia me apresentar a Barroso e Fachin?”, questionou. “Preciso de aliados no STF”.
Dallagnol aceita a missão. Edson Fachin é relator dos processos ligados à operação na Corte, enquanto Luís Roberto Barroso é tido como o principal defensor das investigações. Além dos dois, Deltan faria contato em abril com Luiz Fux, outro ministro alinhado com a Lava Jato.
O procurador da Lava Jato ainda enviou um texto elogioso a Aras para os ministros. A mensagem defendia que Vladimir Aras “é um colega sério e ponderado, tem excelente capacidade de diálogo, é comprometido com o Estado de Direito e qualificado para o cargo” e ainda afirmava que, “se indicado, fará um grande trabalho na Procuradoria-Geral”.
O texto no entanto, segundo a reportagem, foi escrito pelo próprio Aras e apenas enviado pelos ministros por Dallagnol. (Da revista Fórum).
Pois é Eduardo. Daqui a pouco aparece um bolsonóia aqui dizendo que os diálogos vazados são fruto de crime… Sem atentar ao fato de que juiz e procuradores cometeram inúmeros crimes. Vão repetir que a lava jato recuperou alguns milhões. Mas omitirão os trilhões perdidos em produção, empregos e consumo. Dirão que nunca tantos poderosos foram presos, mas farão cara de paisagem para todos os poderosos corruptos amigos que continuam soltos, afinal eles são “os nossos corruptos”. Simples assim.
Vale ler e aplaudir. Muito elucidativo . Agora consigo ver com mais clareza o que motiva a prisão do Lula.
Corrupção ? Mensalão ?: Nada disso. A parada era mesmo pela abertura dos portos às nações amigas , tal qual em 1808.
Só que os portos são os cofres públicos e as nações amigas o bando de funcionário publico mal formado e mal intencionado. , sempre trabalhando para si e para seus interesses político = financeiros.