A direção do Museu Nacional, atingido neste domingo (2) por um incêndio, ainda calcula a extensão das perdas do acervo do local, que abrigava peças raras da história brasileira e mundial. O que se sabe até o momento é que o piso do terceiro e segundo andar cederam. Bombeiros trabalhavam na manhã desta segunda (3) no combate a pequenos focos de incêndio, no resfriamento da estrutura do prédio bicentenário e na coleta de artefatos que puderam ser salvos. As informações são da Folha de S.Paulo.
O museólogo Marco Aurélio Caldas esteve no interior do prédio nesta manhã e disse que arqueólogos irão trabalhar para identificar possíveis objetos que desabaram junto com o piso do segundo andar e que podem estar sob escombros no assoalho do piso térreo.
De acordo com Caldas, o segundo andar, onde ficava a área de exposição, foi todo destruído.
Questionado se teriam sido salvos, por exemplo, a coleção de múmias egípcias, o fóssil do maior dinossauro de grande porte já montado no Brasil e o fóssil da Luzia, a mais antiga habitante da América Latina, ele fez um sinal de negativo com a cabeça. “Acabou tudo”, disse ele, que era um dos poucos funcionários do museu autorizado a entrar junto com os bombeiros nesta manhã.
Mais antigo do país, o Museu Nacional é subordinado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e vem passando por dificuldades geradas pelo corte no orçamento para a sua manutenção. Desde 2014, a instituição não vinha recebendo a verba de R$ 520 mil anuais que bancam sua manutenção e apresentava sinais visíveis de má conservação, como pareces descascadas e fios elétricos expostos.
A instituição está instalada em um palacete imperial e completou 200 anos em junho —foi fundada por dom João 6º em 1818. Seu acervo, com mais de 20 milhões de itens, tem perfil acadêmico e científico, com coleções focadas em paleontologia, antropologia e etnologia biológica. Menos de 1%, porém, estava exposto.