Assim como nomes de ruas só podem ser dados após a morte de quem se quer homenagear, também a concessão de títulos e honrarias que a Câmara Municipal concede aos amigos eventuais de vereadores também deveria obedecer ao mesmo critério.
Nada de dar título de cidadão a pessoas vivas. Às vezes elas são vivas demais, assim como muito vivos são os autores dos projetos.
Uma providência desse tipo teria evitado outra bobagem da vereadora Katia Dittrich – logo ela, ameaçada de perder o mandato por quebra de decoro – que pediu a cassação do título de cidadão concedido anos atrás ao ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo.
O assunto foi parar na Comissão de Educação, Cultura e Turismo da Câmara Municipal, responsável pelo exame desses casos. A comissão decidiu devolver à vereadora o projeto em que ela pede a revogação do título. O argumento do relator, Marcos Vieira, foi acatado por unanimidade: medidas desse tipo só podem ser tomadas pela Câmara após a condenação do homenageado, “em respeito ao princípio da presunção da inocência”. Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Bernardo foi preso no dia 23 de junho de 2016 em operação da Polícia Federal batizada de “Custo Brasil” e ainda responde a processo instaurado no STF. Enquanto não for condenado (se for), presume-se ser inocente – princípio universal nas boas democracias.
Katia também deveria ser cassada antes de comprovada sua culpa pela Comissão Processante da Câmara?
A vereadora está precisando de um bom assessor, o assunto não tem relevância alguma ao município… temos tantas coisas importantes em pauta… que lástima!