Quando o ex-deputado e empresário Tony Garcia firmou com os ministérios públicos Estadual e Federal seus acordos de colaboração premiada, ele se comprometeu a comparecer perante os promotores sempre que chamado, a qualquer momento. Isto aconteceu de novo nesta quarta-feira (30), quando teve de atender a uma convocação do Gaeco para “enriquecer” desdobramentos da Operação Rádio Patrulha.
Tony compareceu levando gravações ainda inéditas, fazendo jus à sua condição de homem-bomba. São diálogos que ele manteve com o ex-governador Beto Richa, com o irmão dele, Pepe Richa, com o primo-distante Luiz Abi Antoun e com empresários que participaram do esquema de propinas gestado no âmbito do Programa Patrulhas do Campo, segundo informa o repórter Guilherme Voitch, da Veja Paraná.
Numa das gravações, Beto instrui Tony Garcia a “ir pra cima” de um empresário que não estava pagando pontualmente as parcelas combinadas (ouça abaixo, apesar da baixa qualidade sonora). Outras registram conversas sobre a arquitetura do esquema, como deveria ser a participação (inclusive porcentuais) de cada empreiteira. São ouvidas também desavenças entre empreiteiros.
Este e outros áudios já foram entregues ao juiz da 13.ª Vara Criminal de Curitiba, Fernando Fischer, que conduz o inquérito da Operação Rádio Patrulha.
Tem mais gravações? Não se sabe. O que se sabe é que da primeira leva de depoimentos, documentos e gravações em áudio e vídeo entregues por Tony Garcia aos investigadores dos dois MPs (estadual e federal), em meados do ano passado, resultaram as duas maiores operações que implicaram a nata da política e do PIB paranaense (Rádio Patrulha e Integração). Foram estas duas que levaram para a cadeia o próprio Beto Richa, a mulher Fernanda, o irmão Pepe, o primo Luiz Abi Antoun, o sócio Jorge Atherino, os secretários Deonilson Roldo e Ezequias Moreira, além de empreiteiros graúdos do Paraná.
A nitroglicerina de Tony Garcia mudou completamente a história política do estado, com o sepultamento do mais poderoso e organizado grupo político paranaense, que tinha em Beto Richa sua principal estrela.
Pelo que se vê, muita água ainda vai rolar debaixo das pontes das rodovias pedagiadas e das estradas rurais.
Esse Tony podia contar como conseguiu trancar uma ação penal para disputar o senado em 2002. Até hoje a história da Revista (istoé) ficou abafada. E o juiz era o Sergio Moro. O Tony e o suplente gravaram todo mundo, mas a PF tbm fez muitas escutas legais no caso dos bingos (antiga máquina de caixa 2). A “lava jato”, mensalão, hurricane, temis, anaconda, banestado e bamerindus nasceram da grilagem, se aperfeicoaram com os bingos, desaguando na petrobrás e nas receitas estatais. E isso ficará ainda mais claro, já que foi o Lula quem colocou os “capa preta” no olho do furacão.
Não esqueçamos que o velho entulho Stefanes estava lá quando da privatização e agora está aqui com o rato junior
Uma frase marcante de Beto Richa, em suas entrevistas e aparições era,”o melhor está por vir” ,realmente tinha razão o melhor chegou para todos nós os Paranaenses,cadeia para o “Chefe da Gangue”,sempre se passando por bom moço acima de qualquer suspeita,caiu a máscara,melhor para todas as pessoas de bem.
Tony sabe muuiiitooo. Fez parte das negociações do Bamerindus, direta ou indiretamente, junto com seu suplente. Basta reabrir o caso Banestado, uma vez que as técnicas e os meios de obtenção de provas evoluiram em uma década. Tudo aquilo que se relaciona ao período das privatizações dos bancos públicos, telecomunicações e estradas possuem relação com o grupo dominante da época. Todos confiando na prescrição. A imprensa tinha que ter acesso às delações da operação Banestado. Muita coisa ainda mal esclarecida e virando “moeda de troca” de criminosos.
Se reabrir o caso Banestado que falam em desvios de 50 bilhões de dólares, na época 10% do PIB brasileiro, muitas máscaras cairão.
Cai Babilônia! Que todos os esquemas espúrios que dilapidaram e dilapidam o nosso Paraná sejam expostos!
O sepultamento só ocorrerá quando transitado em julgado. Ou seja, muita coisa está por vir, haja vista que o grupo político ultrapassa as sêndas dos ocupantes de cargos eletivos e empreiteiros. A última palavra pode vir da continuação do mesmo grupo. Essa batalha judicial chegará longe, e muitas verdades aparecerão. Podem acreditar. Quando tudo está indo mal para um lado, a coisa sempre vira. Sempre. Ficamos no aguardo…