STF dá prazo para obter novas informações sobre reintegração de posse da ocupação Povo Sem Medo

O ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) fez novo pedido de informações na última quarta-feira (24), “quanto à implementação do plano de realocação em moradia adequada” no pedido de liminar feito pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto do Paraná (MTST) contra a contra a decisão da 24ª Vara Cível da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba na ação reintegração de posse, que determinou a desocupação da área da ocupação Povo Sem Medo, localizada no Bairro Campo de Santana, na região Sul de Curitiba.

No despacho sobre o pedido de liminar na Reclamação 54.454-Paraná, o ministro Barroso alegou que “Em que pese a existência de informações prestadas pelo juízo de origem (docs. 15 a 19), verifico que há alegações de fatos novos, que justificam novo pedido de informações quanto à implementação do plano de realocação em moradia adequada.”

Prazo 

Barroso também determinou que a Comissão de Conflitos Fundiários do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) preste informações, no prazo de 24 horas, sobre as características da ocupação. Segundo ele, “especialmente: se o plano de realocação das famílias está sendo executado; se foi oferecida a possibilidade de transferência para abrigos públicos ou outra forma que lhes assegurasse moradia adequada; e quaisquer outras informações relevantes para a apreciação do pedido cautelar.

 584 famílias

A ocupação Povo Sem Medo se formou em junho deste ano e conta com 584 famílias, segundo informam as lideranças do MTST.

Por decisão do juízo da 24ª Vara Civil de Curitiba, os ocupantes devem deixar o local de forma “voluntária” até o dia 27 de agosto, sob pena de terem que pagar multa individual de R$ 2 mil diários. O terreno de 1,8 hectare pertence à Construtora Piemonte e, segundo MTST, estava abandonado há 30 anos.

Comissão de Direitos Humanos

O deputado estadual Goura, membro da Comissão de Direitos Humanos e da Cidadania (CDHC) da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), que esteve na ocupação na  última terça-feira (23), se manifestou sobre o despacho do ministro do STF.

“O ministro Barroso reforça as nossas preocupações de que as famílias não sejam despejadas sem nenhum tipo de acolhimento. É uma posição de se ter uma assistência digna e com respeito aos Direitos Humanos”, disse Goura. “Reforça também posições que temos defendido no sentido de se ter uma política pública de habitação efetiva, com orçamento e disposição política para ser realizada.”

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