Sem subsídio, ônibus de Curitiba vai a R$ 5,20

Se o calendário for cumprido no prazo certo, os curitibanos vão ficar sabendo quanto pagarão pela passagem de ônibus do transporte coletivo até dia 26, quando vence a data-base para reajuste dos motoristas e cobradores. Seus salários representam mais da metade da tarifa – a outra metade é dividida entre combustíveis, manutenção e reposição da frota, impostos etc.

Atualmente, a soma de todos os custos está em R$ 4,79, preço que a prefeitura, por meio da Urbs, paga às empresas concessionárias (tarifa técnica). Os passageiros, no entanto, pagam R$ 4,25 (tarifa do usuário). A diferença negativa de 54 centavos entre uma e outra é coberta pelo subsídio que o governo estadual ressuscitado pelo ex-governador Beto Richa e mantido por Cida Borghetti transfere para o sistema curitibano.

Se quiser definir uma tarifa real – isto é, sem subsídio -, a prefeitura terá de acrescentar ao que já paga para as empresas o impacto do reajuste salarial dos trabalhadores, mais a elevação de outros custos causada pela inflação dos últimos 12 meses.

Se for aceita a reivindicação dos trabalhadores de 10% para o reajuste salarial, só este item já significará um aumento obrigatório de 5% sobre a atual tarifa técnica de R$ 4,79, índice que a elevaria para um mínimo de R$ 5,00 – valor ao qual devem ser acrescidos os aumentos de outros itens da planilha.

Logo, se não quiser sacrificar os cofres da prefeitura e se não puder contar com a “compreensão” do governador Ratinho Jr. para manter e aumentar o subsídio estadual, o prefeito Rafael Greca terá de decretar uma tarifa para o usuário que os técnicos calculam em R$ 5,20 – sem que este aumento represente qualquer melhoria para o sistema. Será tudo engolido para deixar o serviço exatamente como está – isto é, em marcha acelerada para a precarização.

Greca, provável candidato à reeleição, não pretende impor sacrifício tão grande à população. Seria demasiadamente impopular disputar o próximo mandato tendo decretado a mais cara passagem de ônibus de Curitiba. Daí o esforço que faz para que o governador lhe garanta subsídio de R$ 90 milhões durante 2019 – um componente político que não consta da planilha.

Já conversou com Ratinho no mês passado, mas saiu do Palácio Iguaçu sem nenhuma resposta que atenda à emergência. Apenas a promessa vaga de que governo está disposto a colaborar com ideias futuristas para a modernização do serviço.

15 COMENTÁRIOS

  1. O duro dos comentários é ler o desconhecimento dos outros. Muitos aqui não sabem nem a diferença de custo e despesa, quem dirá sobre contabilidade pública. Mesmo assim, falam uma bobagem atrás da outra. Saibam uma coisa: não existe nada de graça nesse mundo. Se existem subsídios, você, através de impostos, é quem está mantendo. Nossa tarifa hoje é uma das mais caras do Brasil por dois fatores: populismo e subsídios. Esses dois fatores desequilibraram as finanças da cidade (agradeçam ao senhor Beto Richa). Então, meus caros, a dica que eu dou é a seguinte: não acreditem em redução de tarifa (isso não existe) e fujam da palavra subsídio.

  2. Hj entrei no site da Gazeta do povo para ver o que se dizia sobre isso lá naquele antigo jornal. A

    Jesus, só falam do projeto de criminalização
    da homofobia, do aborto, que alguém não quer e não aceita que um terceiro faca, gente do ceu. É um periódico dedicado a se ater todo ele em uma opinião com um só lado vê notícias? Zero. Nada de falar sobre o precp da passagem.

    Ah TB falam mma das universidades por lá ainda e enaltecem o projeto escola sem partido. Que jornal esquisito. Não toca pra frente…

    Até a família bolsonaro vai pra UDN pra fingir que está saindo do partido do laranjal, mas a gazeta…parou no tempo, no espaço e na notícia do ano retrasado

  3. Li todos os comentários e cheguei à conclusão de que deve ser muito fácil resolver o problema do transporte coletivo em Curitiba: basta alguém comprar 2.500 ônibus, contratar funcionários para fazer funcionar tudo isso, botar para rodar e cobrar uma tarifa módica, uns R$ 2,00 por passageiro. Simples assim, não é mesmo, tigrada inteligente?

  4. Se 50% é referente a salários de motoristas e cobradores e o outros 50% são custos operacionais, então qual é o porcentual de lucro dos donos das empresas. Ou se retira o lucro antes de ratear meio a meio os custos.

  5. Os Golem nunca perdem, tudo isso é jogo e aos 45 do segundo tempo alguém apresenta uma solução mágica, nem que seja greve.

    Infelizmente cobrador não tem mais tanta utilidade em tempos de cartão e, conforme a inteligência artificial de Tesla, Uber e Ford, em breve até os motoristas serão obsoletos com os veículos autopilotáveis.

    Na velha tática dialética de problema-agitação-solução, alguém muitos vão ganhar horrores com um novo modelo de bilhetagem eletrônica, por exemplo, ou outra solução já pensada há tempos e guardada na manga.

    Quem perde, nós já sabemos: a corda arrebenta para a parte fraca, esse rebanho de bois mesmerizados pelas telas dos seus celulares e hipnotizados pela música ambiente do ônibus ou dos seus aparelhos.

  6. Na postagem abaixo o ContraPonto fala dos “juízes rigorosos” do Paraná, como se isso existisse. Para mim juiz rigoroso no PR é igual a Saci. Dizem que existe, mas eu nunca vi.

    Pretendo um dia ainda em vida, conhecer alguém do aparelho do judiciário do PR que não seja caolho e entenda e consiga perceber os inúmeros sinais que a realidade coloca.

    Vou comparar com o que eu conheço: Rio de Janeiro e Niterói ambas do Rio de Janeiro, aquele estado que elegeu um terrorista e que sempre foi abandonada por ele.

    Passagem no Rio é R$ 3,60 e em Niterói R$ 3,90, sendo que este ano a passagem baixou ao invés de aumentar. Em Niterói o ônibus tem ar condicionado e alguns têm TV e pontos de USB para carregar o celular.

    E os ônibus andam nos morros subindo e descendo serra, no meio dos carros. Ou seja, não tem canaleta nem estação tubo.

    E funciona melhor que o de Curitiba, considerando tudo. Na verdade muito melhor.

    A pergunta que sempre me faço é: por que Curitiba que já foi exemplo, hoje opta por dar grana a quem não merece que são os donos das linhas?

    R$ 5,20 é vergonha e assalto puro. E cadê o MP?

    Pelo pouco empenho que sempre teve ao tratar deste assunto acredito piamente que não usam ônibus.

    Assim como o moro ia pra praia ou pra Maringá e pagava uma fortuna no pedágio e não desconfiava que ali pudesse ter truta, o MP de Curitiba só anda de carro ou Uber. Táxi é caro.

    Pro cara que depende de ônibus e não vai ter como bancar o aumento sem sacrifício sugiro o voto no Greca na próxima eleição, pois ai como ele sempre da grana pro dono do ônibus talvez no arranjo politico a passagem aumente menos. Aumentar vai de qualquer jeito.

    Outro ponto é a data base dos motoristas e a vinculação disso ao aumento da passagem. Entendo isso como o movimento do Estado para não mexer no lucro das famílias que mandam em Curitiba.

    Pergunta pro Bradesco ou pra Ford se eles repassam pro preço dos produtos todos os aumentos de seus custos fixos.

    Pra concertar esta bagaça que foi bem armada, talvez pelos mesmos advogados que fizeram os contratos das pedageiras, só estatizando e colocando o sistema nas mãos do Estado e não o contrário como acontecesse agora na cara de todo mundo.

    Pergunta óbvia: se fosse o PT mandando ia haver a mesma moleza pelo MP?

  7. Já era de se esperar que esse lixo de prefeito fosse fazer cocô, comprou um monte de ônibus moderno e agora inventa coisas pra que o povo arque com os gastos. #PALHAÇADA HEIM PREFEITINHO, o povo tem memória fraca e te reelegeu, também, não tinham opções, um pior que o outro,

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