Quadro Negro: uma delação sob medida?

No blog do jornalista Guilherme Voitch, na revista Veja, lê-se que o Ministério Público Estadual vai supostamente colher a delação premiada de Maurício Fanini, o ex-diretor da Educação que montou o esquema de desviar dinheiro de obras não realizadas para o dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza. Fanini encontra-se preso preventivamente.

Sintomático: enquanto o procurador Carlos Alberto Choinski estava à frente das investigações do MP Estadual, Fanini temia celebrar o acordo. Aconselhado por seu advogado, Omar Geha, preferia falar diretamente para o Ministério Público Federal. Choinski foi afastado depois de ter incomodado dois deputados e de ter pedido que fossem também notificados o governador e o presidente da Assembleia, Ademar Traiano.

A se confirmar a notícia de Voitch, os novos responsáveis pelo caso são mais “bonzinhos” e a delação vai sair nos limites que não incomodem os graúdos?

Veja o que diz a nota da revista Veja:

MP negocia nova delação premiada na Operação Quadro Negro

Ministério Público do Paraná trabalha na finalização de mais um acordo de colaboração com um dos investigados da Operação Quadro Negro. É a delação de Maurício Fanini, ex-diretor da Secretaria de Educação. A Quadro Negro apura se um esquema de pagamento de propinas em obras de escolas estaduais teria beneficiado políticos do estado, entre eles o governador Beto Richa (PSDB), secretários de estado e deputados estaduais.

As investigações apontam que a Construtora Valor era beneficiada com uma série de aditivos milionários em obras de escolas pelo estado que, ou não saiam do papel, ou avançavam em ritmo lento. O dono da Valor, Eduardo Lopes de Souza, teve sua delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os políticos envolvidos negam participação no caso e o governo afirma que a investigação teve início a partir de irregularidades detectadas em uma auditoria interna da Secretaria de Educação.

Nas últimas semanas, a saída de um dos promotores da equipe levantou dúvidas sobre a continuidade dos trabalhos. Para os promotores que trabalham na Quadro Negro houve muito “barulho e personalização” da saída. As mudanças na equipe, garantem, só reforçaram o ritmo de trabalho.

2 COMENTÁRIOS

  1. Aqui na “república-família” do Paraná só os federais poderão nos dar um alento de esperança de justiça efetiva e atuante, e já estou meio desconfiado …

  2. Tudo muito confuso. No judiciário paranaense há gente tão honrada, mas há gente tão medrosa quanto.
    Gente que cursou o direito tão certinho, gente tão bem remunerada, gente que está lá para atender seu patrão, vossa excelência o povo e que fica à mercê de governos. Será que sentem-se em paz? Não se sentem colaboradores da pobreza? da falta de educação? de infraestrutura das escolas e do massacre dos professores? Tudo isso está associado ao quadro negro…só que parece que todo jurista que atua nesse processo cai dentro de um buraco negro e nunca mais acha nada, nunca mais se acha, é triste. Um povo sem educação está solto e sem propósito e daí? Dai ele fica susceptível à violência e a ser cooptado ao crime e o criminoso é bem democrático, bem mais que a justiça, o criminoso sim é cego…ele atira para todo lado e pode acertar qualquer um, melhor não favorecer o ambiente para criar uma pessoa sem educação. A educação salva, regenera, incentiva e encoraja para o bem. Como o berço do lava jato com tanta gente capaz, no mesmo Estado, permite tal falcatrua corrente e passada e sem fazer bolhufas…pq tanto medo de um governo, governo é passageiro. O povo permanece.

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