Para a Embaixada da China, Eduardo Bolsonaro pode perturbar parceria com Brasil

A Embaixada da China em Brasília rechaçou na noite dessa terça-feira (24) comentários críticos ao país asiático feitos pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Bolsonaro. A embaixada considerou que as declarações podem acabar por “perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”.

Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fez série de tuítes acusando o Partido Comunista da China e empresas chinesas de praticarem espionagem cibernética. Em uma série de mensagens publicadas no Twitter na última segunda (23), Eduardo disse que o Brasil apoia a aliança Clean Newtork, iniciativa dos Estados Unidos para impedir participação do país asiático no desenvolvimento da tecnologia 5G (a internet móvel de quinta geração).

O Brasil deve realizar um leilão da rede 5G no início de 2021, provavelmente entre os meses de abril e maio. Uma das empresas interessadas é a chinesa Huawei, alvo de guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e está tendo a sua infraestrutura banida de alguns países.

O tuíte principal, em que Eduardo falava em “espionagem” por parte da China, foi apagado. Foi mantido um texto que diz: “O programa ao qual o Brasil aderiu pretende proteger seus participantes de invasões e violações às informações particulares de cidadãos e empresas. Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”.

“Tais declarações infundadas não são condignas com o cargo de presidente da Comissão de Rel. Ext. da Câmara dos Deputados. Prestam-se a seguir os ditames dos EUA no uso abusivo do conceito de segurança nacional para caluniar a China e cercear as atividades de empresas chinesas”, diz a declaração da embaixada.

“Isso é totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento”, prossegue. Segundo o comunicado, a China já se manifestou formalmente perante o governo brasileiro através dos canais diplomáticos.

A embaixada também frisa que a China tem sido a maior parceira comercial do Brasil há 11 anos consecutivos. Entre janeiro e outubro deste ano, as exportações brasileiras para a China foram de US$ 58,459 bilhões, respondendo por 33,5% do total de exportações do país. (Do Congresso em Foco).

 

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