Os milhões que os consignados podem render

Está incompreensível (ou compreensível demais!) o açodamento do governo estadual para contratar empresa de software para administrar os empréstimos consignados para a funcionalismo.

Apenas dois dias depois da suspensão, por irregularidades no edital, da licitação que receberia as propostas de firmar interessadas em prestar o serviço, a secretaria da Administração fez uma nova versão do edital e marcou outro pregão para o dia 8 de novembro.

A novidade introduzida no edital foi a fixação do preço máximo de R$ 2,90 que a empresa terá o direito de cobrar dos bancos credenciados para a cada operação relacionada aos empréstimos – que começam na identificação do valor máximo consignável nos salários dos servidores e continuam durante a amortização de cada prestação ou sobre qualquer alteração solicitada pelo mutuário (prorrogações de prazo, por exemplo).

Um exemplo prático: o servidor que hipoteticamente tomar um empréstimo para quitar em 60 prestações será obrigado, se for adotado o valor máximo da taxa de administração, a pagar R$ 2,90 embutidos nas taxas de juros cobrados pelos bancos todos os meses. Só de taxas, perto de R$ 174,00 ao fim de suas obrigações.

Agora, multiplique este valor pelos cerca de (por baixo) 240 mil movimentos que os empréstimos consignados geram todos os meses, durante os cinco anos (60 meses) do contrato com a empresa vencedora da licitação, e se chegará à astronômica cifra de R$ 41.760.000,00. Que, no fundo, será retirada do bolso dos servidores!

A fixação da taxa máxima de administração era um dos muitos questionamentos que recaíram sobre a versão original do edital e que obrigaram o governo a suspendê-lo. Mas não era o único. Outro é a cobrança pelo estado de uma outorga a ser paga pela empresa vencedora. O valor mínimo foi fixado em R$ 7,8 milhões, mas ganhará a concorrência aquela que fizer a maior oferta, isto é, que se dispuser a pagar muito mais do que o mínimo exigido de R$ 7,8 milhões. Basta isso para ganhar a licitação, já que o edital é nada exigente quanto às qualificações técnicas das concorrentes.

É tudo tão estranho…

3 COMENTÁRIOS

  1. Pelo que o ContraPonto já revelou, esperar algo do MP é querer que tartaruga voe. Nesta hora fico querendo saber quanto dos bravissimos membros do MP do PR foram pras ruas no ano passado pedir o fim da corrupção.
    Pimenta nos dos outros é refresco. Quando nao tinham nada pra fazer , inventavam, agora que tem, se omitem…
    O paranaense é o alagoano, que geralmente é o paradigma do povo enganado, da região sul

  2. É a rapina vil de aposentados e pensionistas.pois sabem que é um classe indefesa. O governo já se apropriou de seu fundo previdenciário, lhes confiscou a “contribuição previdenciária”, não lhes concederá revisão anual de proventos e pensões e agora lhes assaltará nos consignados. Só nos federais poderão ter alguma esperança pois o compadrio dos poderes públicos estadual está dominado pelas benesses recíprocas como o famigerado auxílio moradia expandido a ministério público e tribunal de contas. Que venham logo os federais para saneamento público geral !

    • Mas pode vir um federal “dos nossos” como o aecio queria para comandar as investigações dele pela LavÉ Jato. Não confio mais em nenhuma instituição brasileira. Nenhuma. Se aliaram pra colocar o povo de volta no seculo XVI. è o “de volta para o passado” , diariamente diante dos nossos olhos. Confio no povo. Quando ele acordar do torpor em que a globo o meteu, talvez algo aconteça. NO PR resta pagar a conta e pela tradição, reeleger todo mundo que ferra o povo.

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