(por Ruth Bolognese) – Ao que tudo indica, e pelas informações vazadas até agora pela Polícia Federal, toda a cúpula do governo Beto Richa será intimida a depor sobre os mais de R$ 20 milhões desviados de reformas e construção de escolas durante a campanha de reeleição, em 2014.
Foram vazados para a imprensa apenas três nomes do escalão mais próximo de Beto Richa, mas seria 17 o total de envolvidos que a Polícia Federal está intimando sob autorização do ministro Luiz Fux, relator da Quadro Negro no STF.
Relendo a delação premiada do dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, com base na qual os citados estão sendo chamados a dar explicações à PF, o Contraponto tentou identificar os demais 14 nomes. Leitores reclamaram que da lista elaborada pelo Contraponto não constava o nome de Beto Richa.
Tratou-se de um descuido? De um privilégio? De respeito à liturgia do cargo? Nada disso. Foi prudência.
A teoria do domínio do fato ainda precisa mostrar que o governador Beto Richa nunca soube de nenhum dinheiro desviado e muito menos do esquema montado por um dos seus melhores amigos, Maurício Fanini, colocado por ele no cargo de diretor da Fundepar, de onde foi desviado o dinheiro.
E vamos e venhamos, o então governador-candidato tinha como única função visitar as cidades do Paraná e gravar os textos que seus assessores lhe colocavam no teleprompter com vigor e entusiasmo. Cumpriu suas duas tarefas na íntegra e se reelegeu.
Questões relacionadas a financiamento da campanha ou de onde vinha o dinheiro foram resolvidas pelo pessoal que está hoje sendo intimado pela Polícia Federal para explicar tudo.
Eles que se expliquem, oras. E se forem culpados, que paguem por isso.
O governador Beto Richa continua o seu trabalho, como sempre: visitar cidades e falar o que os outros escrevem pra ele. Como uma estrela solitária brilhando num mar de mal feitos e irregularidades.
Pela teoria do domínio do fato é culpado sim senhor. Não tem mais essa de eu não sabia. Se não sabia, vai preso por Ignorância Administrativa, jurisprudência que acabei de criar, com a autoridade de Desembargador de Boteco que a atual conjuntura me confere.
Muito boa kkkkkkkkk
Estrela “solitária” ou “solidária” ? Os paranaenses precisam saber cabalmente. É inverossímil que um governador que assina aditivos contratuais não queira saber a quantas andam as obras contratadas. Os paranaenses, ou parte deles, não elegeu uma estrela solitária mas um governador que deve responder por atos comissivos ou omissivos da sua gestão vez que ele nomeou seus assessores envolvidos no malfeito. Estrela solitária existe no firmamento, aqui em baixo rolou a maracutaia! O princípio “the king can do no wrong” ficou na poeira da estrada, o mesmo da alegação do “eu não sabia”.