O talento de Beto Richa para tergiversar

(por Ruth Bolognese) – Tantos anos de palanques, entrevistas, explicações sumárias sobre denúncias de ilícitos deram ao ex-governador Beto Richa uma “cancha” considerável na arte de dissimular o óbvio. Saiu-se muito bem na entrevista com os experientes jornalistas Rogério Galindo e Euclides Lucas Garcia, da Gazeta do Povo, na série de entrevistas com candidatos ao Senado.

Atolado em denúncias até o pescoço sobre irregularidades cometidas durante seus dois governos, conseguiu mostrar que quando repete o mantra “estou tranquilo” diante de mais um fato escabroso, é porque se coloca num degrau acima e não se mistura com malfeitos do pessoal do andar de baixo.

Jogou no colo do ex-braço direito, por exemplo, Deonilson Roldo, toda a responsabilidade da fraude na maior licitação de obra do seu governo, a duplicação da PR 323, um total de 220 quilômetros, cortando o Noroeste do Paraná, num montante de R$ 7 bilhões. No áudio divulgado, Deonilson afirma com todas as letras que a obra já estava destinada a Odebrecht e promete ao interlocutor, executivo Pedro Rache, descontente com o fato, que ira compensar com obras da Copel.

Ora, nenhum negócio publico-privado de R$7 bilhões acontece num Governo sem o acompanhamento, passo a passo, pelo Governador. Mas Beto Richa disse na entrevista que não gostou do que ouviu no áudio e que aguarda explicações de Deonilson Roldo.

São duas situações gravíssimas: em primeiro lugar, se Deonilson Roldo detinha sob a própria responsabilidade um negócio de R$7 bilhões e decisões dentro da maior empresa do Paraná, a Copel, ele de fato, governava o Paraná.

Em segundo lugar, quase uma semana depois da divulgação do áudio, se Deonilson ainda não se explicou sobre decisões tão graves e reprováveis, e Beto Richa continua aguardando, existe aí um conluio administrativo entre Governador e seu assessor direto que demanda explicações ao povo do Paraná e à Justiça.
O resto é engabelação. Ou tergiversação. O que dá no mesmo.

5 COMENTÁRIOS

  1. Não é possível que diante de tantas denúncias, o mancebo do Ecoville consiga se livrar de ser condenado. Não adianta colocar a culpa nos primos distantes, nos amigos distantes, que não tinha conhecimento, que foi feito sem a minha autorização, não conheço, foi doação legal de campanha, etc etc etc. Chega de enganar o povo, e ficar parasitando em cargo público, tire a sua carteira de trabalho e vá procurar emprego.

  2. É tão traidor que traiu até a memória do pai. Qual seria a razão que fez o Scalco abandonar o Piá de Prédio já no início do primeiro mandato?

  3. Além de não explicar pq Nelson Leal Junior lhe segue desde a época em que foi Secretário da SMOP, por que Ezequias permanece junto desde a época de assembleia, por que Luiz Abi tinha trânsito livre desde a sua eleição de 2004, etc.. etc.. etc..enfim ou ele tem muito azar na escolha dos amigos, ou é um péssimo formador de equipes.

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