O racismo nas relações de consumo

Por Cláudio Henrique de Castro – Todos devem ser tratados com respeito e educação, dentro ou fora de estabelecimentos comerciais.

O Procon de São Paulo, pioneiro e atuante, desenvolveu dez princípios para o enfrentamento do racismo nas relações de consumo.

Sofrem preconceito os clientes e os funcionários.

Vez por outra se percebem atendimentos precários com o tratamento diferenciado em razão da classe social, etnia e da cor da pele.

Qualquer forma de discriminação e preconceito em função da cor da pele, etnia, raça, e incluo a religião, ou outras maneiras ocultas de se distinguir pessoas, devem ser denunciadas.

São atos que demonstram isso:a proibição ou constrangimento ao ingresso ou permanência em estabelecimentos abertos ao público.

Nenhuma dessas tratativas podem se manifestar de forma violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória.

Não se pode abordar, revistar ou imobilizar nenhuma pessoa ou desrespeitar, ofender ou agredir verbal ou fisicamente os funcionários, motoboys, prestadores de serviço, atendentes ou vendedores em razão da sua pele, raça, etnia ou qualquer outra forma de discriminação.

Toda essa violência social, decorre do longo histórico escravocrata do Brasil e a segregação racial e social que ela representou.

Ainda não foi realizada em nosso país a ruptura da separação social entre os milhões de pobres e a pequena parcela de ricos. Não temos instrumentos democráticos que possibilitem o nascimento de uma ampla classe média, multicolorida e fraterna, ainda somos um país de profundas exclusões.

Não foi realizada a segunda abolição, que era incorporar a população à sociedade brasileira na condição de cidadã, com terra, saneamento, educação, segurança, com todos os privilégios de uma parcela da população descendente dos colonizadores europeus, isso não aconteceu até hoje.

O problema foi o dia seguinte ao 13 de maio de 1888 (Laurentino Gomes).

Vá a qualquer metrópole brasileira e observe quem mora nos bairros nobres e quem mora nas periferias abandonadas e dominada pelo tráfico: a população de descendência africana. O Brasil é o país mais segregado na sua geografia, e não precisou leis de segregação como os EUA.

Os melhores empregos, os melhores cargos políticos, quantos escritores, quantos artistas, empresários, existem negros, mas proporcionalmente são a minoria, não obstante a população ser, majoritariamente, negra.

O mito da escravidão branda e da democracia racial são erros e mentiras históricas, nosso país é racista, pois normaliza os abismos econômicos.Fomos o maior território escravista da América, e aceitar a atual realidade é uma forma de racismo, silencioso.

Há traços de esperança no futuro do Brasil, bem ou mal, seguimos um caminho da democracia, e se somos nós que construímos o futuro, os nossos sonhos têm que ser grandiosos.

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