O Despacito de Alvaro Dias

(por Ruth Bolognese) – O senador Alvaro Dias se encontra nesta quinta-feira, em Brasília, com o candidato Ratinho Jr para tratar da sucessão no Paraná. Dessa conversa pode se desenhar um novo panorama para os próximos 8 anos. Alvaro se empenha para sair candidato à Presidência da República, um sonho que alimenta há décadas, e sabe que só terá um cadinho de chance se fizer sucesso na própria aldeia.

No encontro com Ratinho Jr uma cabeça estará na bandeja de prata simbólica que já serviu de apoio a São João Batista no Novo Testamento: a do ex-senador Osmar Dias.

Os dois interlocutores sabem, e o Paraná inteiro idem, que sem Osmar Dias na parada o caminho de Ratinho Jr para o Palácio Iguaçu será quase um passeio de fim de tarde. Entre ele e Cida Borghetti, mesmo de braço dado com o marido, Ricardo Barros, e a máquina pública a lhe fazer companhia, é quase certo que tenhamos apenas um turno em outubro.

Se Ratinho receber a bandeja de prata com a cabeça de Osmar Dias, Alvaro terá decidido o futuro do Paraná por conta de fazer mais ou menos 10% dos votos no Brasil inteiro como candidato. Isso o livraria de passar vergonha nacional e lhe daria cacife e influência em decisão de segundo turno.

A postura de articulador de Alvaro Dias é do jogo político e ele busca seu espaço com unhas e dentes, com o sacrifício do irmão. Mas é um “despacito”, uma dancinha feita para dar um certo prazer no rebolar: projeta o dançarino, até mundialmente, e lhe dá vantagens extraordinárias, mas é instantânea, pobre de ritmo e de letra, e em nada contribui para melhorar o cenário da música em geral.

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