MP manifesta apoio à promotora chamada de “desequilibrada” por deputado

O Ministério Público do Paraná (MPPR) emitiu nota de apoio à promotora de Justiça Susana Broglia Feitosa de Lacerda, de Londrina, que foi chamada de “desequilibrada” pelo deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) depois de o MP ter encaminhado investigações contra ele ao procurador-geral da República, Augusto Aras. Aliado do presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar foi denunciado por descumprir medidas sanitárias preventivas ao coronavírus quando comandou, no último dia 15 de março, em Londrina, manifestações a favor do governo federal.

Diz a nota de apoio à promotora: “A propósito das críticas veiculadas em redes sociais sobre a atuação da promotora de Justiça Susana Broglia Feitosa de Lacerda, o Ministério Público do Paraná vem a público manifestar seu apoio ao trabalho eficiente e dedicado que a nominada agente ministerial exerce na defesa do direito à saúde pública – sobretudo no enfrentamento da Covid-19 – , bem como em favor dos direitos fundamentais dos indivíduos e da sociedade londrinense, na linha, inclusive, de orientações emanadas do Conselho Nacional do Ministério Público e da Procuradoria-Geral de Justiça”.

Na Semana passada, a Associação Paranaense do Ministério Público repudiou, em nota, a fala do parlamentar, afirmando que as declarações causam “perplexidade” e evidenciam “pleno desconhecimento das atribuições constitucionais e legais do Ministério Público”. Nas redes sociais, o deputado disse que a entidade quer promover a “censura”.

Devaneios – A notícia de fato foi aberta inicialmente pela Promotoria de Justiça de Londrina, de Susana Lacerda, mas devido à prerrogativa de foro privilegiado, o caso foi repassado ao Ministério Público Federal (MPF), que encaminhou o processo para a PGR.

Dias depois, Filipe Barros afirmou, pelo Twitter, que “Londrina sofre por conta dos devaneios autoritários de uma promotora de Justiça desequilibrada, a senhora Suzana Lacerda”. O parlamentar atribui à promotora que o denunciou o “aumento exponencial dos moradores de rua, ideologia de gênero nas escolas e desemprego em massa”.

Susana Lacerda atuou por 15 anos em casos envolvendo violência doméstica e contra crianças e adolescentes. Com 23 anos de carreira, atualmente Lacerda lidera a promotoria de Justiça que trata de Saúde, Direitos Humanos, Habitação e Urbanismo.

 

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