Os interesses mais imediatos de salvar politicamente o governo irão se sobrepor à preocupação com o rombo de R$ 139 bilhões no Orçamento, avalia o economista Gil Castello Branco, da Associação Contas Abertas. “Vai prevalecer a visão de todos os políticos que cercam o presidente Michel Temer (PMDB-SP) e do próprio presidente. Na escala de prioridades, a meta fiscal não é a primeira: o objetivo principal é salvar o governo e o próprio PMDB para as eleições do próximo ano”, sustenta o especialista.
Como o déficit é tema de interesse restrito a alguns segmentos, a sociedade em geral não entende o que significa descumprir a meta fiscal do governo, de forma que a prioridade do Planalto passa a ser afrouxar a corda de cortes, visando a preservar a base aliada no Congresso. Nesta entrevista, Gil explica o que está por trás das brigas dentro do governo, expõe os interesses do establishment financeiro na permanência do ministro Henrique Meirelles na Fazenda e detalha os motivos para o núcleo político vencer a queda de braço com os membros da equipe econômica.