Ilha das Cobras vai virar escola de gastronomia, turismo e educação ambiental

As obras que vão transformar a antiga residência oficial de veraneio do Governo do Paraná em escola de gastronomia, turismo e educação ambiental para a qualificação da população que vive no Litoral do Paraná vão começar neste mês. O imóvel, localizado no Parque Estadual da Ilha das Cobras, será reformulado para a implantação da Escola do Mar.

O investimento por parte da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e Turismo (Sedest) no projeto é de R$ 2,2 milhões – R$ 1,8 milhão na reforma estrutural das cinco edificações existentes no local e mais R$ 400 mil na elaboração do plano de manejo do parque. Os recursos são oriundos de medidas compensatórias de licenças ambientais emitidas pelo órgão. O prazo para a execução da obra é de 360 dias.

“É uma proposta simbólica. Aquilo que era para ser utilizado no lazer da família do governante passará a ser um instrumento de educação para milhares de pessoas. Gente que vai estudar e adquirir conhecimento para melhorar a vida das suas famílias”, destacou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “O mundo moderno não admite mais essas mordomias. É um compromisso meu acabar com tudo o que for supérfluo no Estado”.

Ele lembrou que o projeto constava no plano de governo e é tratado como prioridade dentro do Estado. “O Governo trabalha para potencializar o turismo no Paraná, em especial do Litoral. Esse projeto também vai ajudar nesse sentido, ao qualificar as pessoas que vão atender nossos turistas no futuro. A Ilha das Cobras vai se transformar em uma ilha sustentável, com foco na educação ambiental”, ressaltou o governador.

Diretor de políticas ambientais da Sedest, Rafael Andreguetto explicou que a empresa vencedora da licitação já começou a se instalar no local. Além da reformulação da sede principal, o programa contempla a reforma de duas edificações à beira do mar. Uma delas será transformada em laboratório para pesquisas e a outra em alojamento para os próprios pesquisadores. Haverá ainda um ponto de segurança e outro para guardar o gerador de energia elétrica.

A Copel também confirmou nesta quarta-feira (2) o investimento de pouco mais de R$ 4 milhões na implantação de um sistema de geração solar-fotovoltaica associado a baterias de última geração para fornecer a eletricidade necessária à ilha. A Sanepar, por sua vez, vai construir no local uma estação de tratamento e distribuição de água.

“A Ilha das Cobras é um local de uma riqueza ambiental imensa. Pretendemos com esse projeto aliar turismo, gastronomia, hotelaria, capacitação, pesquisa e educação ambiental. Um programa de meio ambiente, seguindo os moldes do que o Projeto Tamar faz em outros pontos do País”, afirmou Andreguetto.

Segundo ele, é o plano de manejo que vai nortear a melhor maneira de uso da edificação, dentro das premissas estabelecidas pelo Estado. Servirá também para dar embasamento ao convênio que será assinado com a instituição que administrará a Escola do Mar.

“Estamos prospectando e conversando com várias candidatas a parceiras. Mas para fechar precisamos detalhar, por exemplo, os custos. É isso que o plano vai nos dizer”, disse. “Apesar das características da ilha, acredito que possamos ser rápidos e fazer com que a escola comece a funcionar antes do prazo de 360 dias estabelecidos para a reforma”.

Aulas  – Além das capacitações voltadas para a gastronomia regional, turismo e hotelaria, o Governo do Estado planeja oferecer outros cursos no local, como de aquicultura (produção de ostras, mariscos e camarão) e de educação ambiental. A ideia não é ter uma escola focada em um único tema, mas diversificar as atividades de acordo com as necessidades da região, incluindo aulas de idioma e educação ambiental.

O local também tem potencial para se transformar em um centro de apoio ao artesanato caiçara regional. Há possibilidade, ainda, de abrigar um restaurante-escola aberto para a visitação de turistas, e locais para conferências e apresentações.

Estrutura  – Localizada na Baía de Paranaguá, a Ilha das Cobras tem 52 hectares de área remanescente de Mata Atlântica e é parada de descanso e alimentação de tartarugas marinhas jovens. A estrutura do local – que conta com trapiche, casa de força, espaço de apoio, alojamento de pesquisadores, residências do guarda e a casa principal – será toda adaptada para receber a escola profissionalizante.

A estrutura é dividida em três. Na primeira ala ficará o alojamento, que conta com um espaço de 202 metros quadrados, dividido em oito suítes com dois leitos cada. O espaço vai atender os participantes do curso e usuários da ilha.

A segunda ala tem 220 metros quadrados e será reservada para o apoio e capacitação. Além de quatro suítes que atenderão professores e equipe, vai contar com biblioteca e uma sala multiuso, que será utilizada para aulas e reuniões.

A ala central vai abrigar a cozinha industrial, com uma bancada para atender até 16 alunos, e um restaurante com cerca de 60 lugares. (AEN).

 

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