Guerra é guerra: PM responde a Mesquita

Dia destes, o secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita, atribuiu a “motivos políticos” (veja aqui) as críticas que vem recebendo de setores das Polícias Civil e Militar. Chegou a afirmar que um dos motivos do litígio com a Associação dos Oficiais da PM seria o fato de ter acabado “com a farra de alguns oficiais desta Associação que viajavam para Brasília para tratar de interesses particulares e políticos com dinheiro público”.

Nesta quarta-feira o presidente da Associação, coronel Izaias de Farias, revidou:

Somos uma entidade séria formada por Comandantes da Gloriosa Polícia Militar do Paraná e não aceitamos e não admitimos ser tratados como entidade política de oposição; não somos oposição pois não temos e não nos submetemos a nenhum partido, o nosso estatuto estabelece que a ASSOFEPAR é uma entidade apartidária. Não dependemos e não precisamos usar diárias do estado. Como entidade representativa forte e autônoma, temos recursos suficientes para bancar todas as despesas para bem representar nos associados.

Farias afirma também que pode responder às “ilações vazias e maldosas do secretário” com dados do Tribunal de Contas que demonstram que, enquanto o governo diz que está empenhado em garantir recursos para o Programa Paraná Seguro, “este esforço está seriamente comprometido face à gestão temerária e ineficiente da secretaria da Segurança Pública, haja vista que a política de gestão dos recursos orçamentários é discriminatória e desproporcional em relação aos órgãos que compõem a pasta”.

Planilhas de um estudo feito pelo Tribunal de Contas, citadas pelo coronel Farias, mostram que a PMPR, “apesar de ser a unidade com maior estrutura, maior efetivo, maior frota e estar presente em praticamente todos os municípios do estado, porém lhe é destinada, proporcionalmente, a menor fatia de recursos orçamentários”, diz ele.

E acrescenta: “além desta discriminação, a PM ainda tem o seu orçamento reduzido a cada ano, ao contrário do orçamento geral da Sesp e dos outros órgãos desta secretaria que têm crescimento orçamentário ano a ano. Não bastasse estas incoerências na gestão e distribuição dos recursos ainda observamos o absurdo no mês de novembro de 2017 o cancelamento de 56 milhões do orçamento da PMPR e a transferência deste montante para outros órgãos da Sesp, em total desconsideração e menosprezo à corporação”.

16 COMENTÁRIOS

  1. “Poder Judiciário, um colegiado de juízes, fala que ocorreu “omissão” e que o “processo licitatório” não foi realizado a tempo, mandando o Estado indenizar os policiais que estão trabalhando com coletes vencidos;”

    Omissão deixar de fazer aquilo que por lei está obrigado a fazer.

    Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

    Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
    II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

    Escolhe o artigo e manda bala, o que está faltando?

  2. Já passou da hora das instituições de segurança do Paraná terem sua autonomia financeira. Não há necessidade de uma secretaria que gerencie instituições que são modelo para o Brasil. Temos Comandantes Militares, Delegados e Peritos com plenas condições de bem administrar os bens e serviços de segurança. Hoje entra em nossa casa, senta-se a cabeceira de nossa mesa e administra as finanças, alguém que não sabe o que nossa segurança precisa realmente.

  3. Hummm sou meio fracão, tenho pouco estudo mas vou me esforçar um pouquinho:
    1) O SESP fala que comprou coletes porém o Poder Judiciário, um colegiado de juízes, fala que ocorreu “omissão” e que o “processo licitatório” não foi realizado a tempo, mandando o Estado indenizar os policiais que estão trabalhando com coletes vencidos;
    2) O SESP fala que foi o responsável “pelos maiores investimentos em equipamentos da história” na polícia que atende o 190, que presta o serviço pra sociedade, aí vem o Tribunal de Contas e fala que ocorreu uma “drástica redução” e pior o Coronel da Associação dos Policiais prova com planilhas que a Polícia Militar sofreu redução de 40% no orçamento;
    3) O Secretario repõe as sucateadas viaturas da Polícia Militar, tudo certo…exceto pelo fato que colocou o camburão no banco de trás de um “ETIOS” ou seja, um policial que tenha 1,60 metros fica com a coluna torta pois não pode mexer no banco da viatura;
    4) A Gazeta do Povo publicou uma reportagem em que uma cela modular de 11 metros quadrados é mais cara que uma casa popular do minha casa minha vida que tem 86 metros quadrados;
    5) O SESP prometeu retirar os 9.000 condenados das Delegacias de Polícia, porém passados anos hoje temos…9.000 condenados nas delegacias de polícia;
    6) O secretário é Delegado porém nem os Delegados de polícia aguentam mais ele…
    Fica a pergunta: quem está errado? E principalmente o que está faltando ele fazer (ou se deixar de fazer) pra colocar alguém no lugar dele?

  4. Lembram: ” O melhor está por vir” e agora dias atrás “…. estamos no melhor momento do governo….” Palavras do Governador.
    O Paraná Seguro não é tão seguro assim.
    As declarações do Coronel ficam a mercê de uma investigação , no mínimo pelo Tribunal de Contas, quanto a “gestão temerária” na Secretaria de Segurança.
    Caso nada disso venha resolver nos próximos dias, com devidas explicações do secretário, o mínimo seria o seu pedido de exoneração e voltar para seu antigo local de trabalho.

  5. Esses “passageiros” de governos de ocasião no mínimo deveriam ter respeito e dialogo com os “permanentes” que tem compromisso com o serviço público e com a sociedade. Eles aparecem não se sabe de que bolso de colete depois vão embora e deixam um rastro de estrago. O serviço melhorou? De regra, não necessariamente. O que temos visto é perdas para a gloriosa corporação e para o atendimento das necessidades sociais. Então, esses “passageiros” vão embora e fica por isso mesmo. Quando se faz politicagem, a profissionalização perece. Mas o que esperar do pior governo que já passou pela praça da Salete?

  6. Eu não sou policial, meu filho estuda aí lado de um batalhão da PM no jardim das Américas. O comportamento da polícia militar do Paraná é algo realmente de causar orgulho, daquele tempo em que policial é associado a uma pessoa trabalhadora, dedicada e um verdadeiro herói ou heroína. São pessoas bem.preparadas, acho que o curso de formação do Paraná é exemplar pq nossa polícia não é nem de longe semelhante àquela dos outros Estados, comumente poluída pelo crime e firmada de pessoas em geral, com muitos desequilíbrios. Desrespeitar uma instituição como a PM é afrontoso a mim que sou cidadã comum.

    • Desculpa a minha intromissão Catarina, mas acho q vc já esqueceu da surra q os policiais militares deram nos professores!
      Sempre dignifiquei a PMPR, mas ela perdeu a legitimidade e envergadura moral quando se curvou ao Beto Richa e desceu a porrada nos professores. O q a PMPR está passando é consequência, em boa parte, da conduta desastrosa no 29/4.
      Espero q o Comando da PMPR reconheça que errou naquele episódio e como diz o sábio do centro cívico: “entre Sesp e PMPR não existe mocinho nem bandido”.
      Agora vemos os resultados das ações adotadas naquela data e a PMPR só não tem o apoio da sociedade por estar queimada c o que fez

      • Sim, é verdade, vc tem toda razão.
        Eu tenho uma grande desconfiança que polícia sente vergonha por ter este episódio no seu currículo.
        Eu entendo que um militar é disciplinado, ele acata a ordem vinda do superior, mas no caso o superior era um Francisquinho que nada entendia de crise e população alvoroçada.
        Eu penso que é muito justo pedir ao comando que se desculpe conosco, sociedade paranaense, por tudo o que ocorreu na candido de abreu. Aquilo realmente é um desastre. As crianças do CMEI chorando apavoradas, guarda municipal atendendo professores ensanguentados nos corredores da prefeitura que virou abriu anti misseis…é um dia para nao esquecer, é um dia para refletir e jamais repetir. Eu sei que alguns dizem que merda quanto mais se mexe, mais fede, mas nesse caso é mais honrado vir ao contraponto e escrever uma carta de desculpas, nem que seja depois de abril, quando o mandante geral juntar as troxa…carpir a mula etc. Eu ainda assim, embora isso tenha ocorrido, tenho em mente a policia militar que atua no jardim das americas, se uma pessoa desmaia a soldado (talvez nao seja esse o cargo) vai correndo socorrer, quando vai anoitecer eles descerram a bandeira com toda honra, quando meu filho “invade ” o batalhao para vibrar com as viaturas eles acenam sorridentes, apertam a mao dele, batem continencia…essa é a policia que nos paranaenses merecemos…cortes, capaz, lucida. Obrigada por sua opinião perspicaz Osmar.

  7. Triste realidade. Esses números apresentados pela Associação dos Policiais Militares são uma prova de que alguma coisa está muito errada. Como a maior instituição recebe menos? Recebe menos porque tem menor importância para a atual gestão da SESP? Quais os critérios dessa gestão? Muita gente está torcendo para que não passe do mês de março, outros dizem que só está ainda por falta de opção e de voluntários para assumir a cadeira. Se a atual SESP não é o problema e não se considera o problema, poderia parar de tentar impedir a independência financeira que a Polícia Militar está tentando junto ao Governo. Com certeza teríamos a realidade e verificaríamos e/ou confirmaríamos quem é o problema, nesse cenário quem sofre é a sociedade paranaense.

  8. A falta de seriedade e trato não profissional frente a Pasta da Sesp está causando estragos irreparáveis à estrutura de segurança pública e a sociedade. Já é passada a hora se serem adotadas medidas responsáveis por parte dos mandatários do Estado.

  9. Lamento muito pela postura de um Secretário de Estado que falseia a verdade, tecendo comentários levianos nas mídias sociais.

    Como se não bastasse os problemas recorrentes com os coletes vencidos, inoperância na reposição de uniformes dos militares estaduais, problemas de todas as ordens em relação à manutenção da frota de viaturas, recebemos com indignação a falta de capacidade de gestão na divisão dos recursos da Segurança Pública do Paraná.

    Fala-se muito e realiza-se pouco. E o cidadão Paranaense e a Polícia Militar as minguas.

    Mas vamos em frente!!!

  10. Exmo. Sr Secretário tem se mostrando indiferente ante as necessidades da PMPR. Prova disso são os inúmeros protocolos que se arrastam a mãos lentas e canetas vazias pelas mesas indicadas na pasta. Lamentável perceber que o orçamento está direcionado por intenções políticas e não técnicas.

  11. Contra fatos não há argumentos. O Secretário Mesquita não entende a dinâmica da segurança pública estadual, não tem maturidade e nem preparo para o cargo. Lamento muito pelo tempo que perdemos com essa falta de visão estratégica e com essas decisões passionais que colocam seus sentimentos pessoais acima dos critérios técnicos.

  12. E vamos lá para mais estripulias do Sr Delegado Mesquita! Quem quer apostar que o orçamento de 2018 também trará surpresas desagradáveis com reduções para a PM. Para a PM já sabemos que sobrarão mais presos para carcerarem nos containeres e delegacias.
    E novamente deve rolar um “embromation” do tipo “ah sério?” ou “foi a SEFA” ou ainda “ não é culpa minha”. Todas as vezes que o Secreta é confrontado pelos fatos e números sai pela tangente e joga a culpa em alguém. Na última nota para o Celso Nascimento fez ilações que sabe serem falsas e agora deve estar se contorcendo para achar culpados. Talvez a assessoria de imprensa ou seus subordinados que lhe assessoraram mal. Imputou farra de diárias que sabe não existir e idas à Taurus que sabe serem contratuais, legais e necessárias. Se o jogo inverte e alguém vem para cima cobrando explicações tem consciência de que não pode sustentar as afirmações.
    Já passa da hora da SESP ter um Secretário que administre e não queira somente aparecer, tipo modelete de canal fashionista.
    Não precisamos de um policial na secretaria. Muito menos um que não saiba o que faz, que só quer aparecer e brincar de xerife mandão. No Paraná temos perto de 30 mil policiais. Precisamos de um administrador sério e competente, discreto e conciliador. Quem tem que dar entrevistas e aparecer é o Governador o Chefe da Casa Civil e não seus outros secretários. E se for para aparecer que não seja com bravatas e vedetismo. Vaidade cai bem aos tolos e Balzac já dizia que a vaidade é para os que não tem outra coisa a exibir.
    Chega dessa penúria que tem sido imposta à segurança do Paraná. Perguntem ao Governador ou Secretários graúdos e saberão que nem eles estão satisfeitos com a péssima administração Mesquita e Francischini. Já convidaram outros mas não houve quem aceitasse. Ficou para a Cida Borquethi a missão de acertar na SESP com um nome à altura e levar respeito às polícias e policiais paranaenses. Aí nós da plebe rude, cidadãos contribuintes, talvez vejamos uma luz no fim do túnel. E tomara que não seja mais um holofote para o Dr Mesquita se exibir…

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