Já que andamos falando de professores e campanha eleitoral, Alvaro e Beto tiveram estratégias diferentes para tratar dos confrontos que aconteceram em 1988 e 2015. A competente equipe de Comunicação de Alvaro vendeu com sucesso a versão de que o governador não estava em Palácio no momento em que a cavalaria entrou em ação e que ele não sabia de nada porque estava viajando para uma reunião do Codesul. Como em política a versão vale mais que o fato, a barbeiragem foi creditada totalmente ao então secretário de Segurança, o hoje desembargador aposentado José Lopes de Noronha. Alvaro atribuiu o horror a barbudinhos infiltrados e mandou publicar anúncios de página inteira nos jornais, lamentando o ocorrido. Não demitiu o secretário.
Já Beto escondeu-se no Chapéu Pensador e apesar de todos os apelos que recebeu para mandar cessar o bombardeio contra os professores, preferiu fazer cara de paisagem. Também atribuiu a barbárie a infiltrados, mas numa versão mais moderna: os black blocs. Demorou uns dias mas acabou cortando a cabeça do secretário Francischini. Levou uma eternidade para falar sobre o assunto e quando o fez, foi um desastre. Soou como deboche a verdadeira pérola pronunciada: doeu mais em mim do que nos professores. Então, tá!
Pensando bem: ainda vai doer.