Gaúchos querem vender o BRDE

O governo do Rio Grande do Sul quer vender a parte que lhe cabe no BRDE, o banco regional de desenvolvimento que pertence aos três estados do Sul com participação acionária de cada um de 33%. Apertado em dívidas, o governador José Ivo Sartori fez oferta da cota-parte gaúcha ao BNDES, em valor estimado em R$ 2 bilhões.

O G7, grupo que reúne as entidades empresariais do Paraná, não gostou dessa história e pediu ao governador Beto Richa que vete a tentativa do colega Sartori.

Aguarda-se a posição de Richa quanto ao pedido: será solidário com Sartori? Afinal, o Paraná já vendeu parte do seu patrimônio na Copel e na Sanepar para fazer caixa, tal como quer agora o Rio Grande do Sul. Sem contar que aqui já se fez escola quando o governo confiscou recursos da Previdência e se apoderou de parte dos depósitos judiciais. Tudo, como dizia Richa, para não fazer do Paraná um estado parecido com o quebrado Rio Grande do Sul.

5 COMENTÁRIOS

  1. Não acredito que o que Simon e Brito, muito mais competentes, não conseguiram, o Sartori vai conseguir. O BNDES não deve nem ter analisado a proposta. Para os outros dois estados pode ser vantagem se pagarem o estado com menos que um terço do caixa existente (muito menos do que o Sartori está calculando). Ou seja, não vai acontecer. Cabe ao BRDE, após este susto, voltar a ser um banco importante para o Estado, fazendo aquilo que o Bradesco e o Itau não fazem.

  2. Na sequência, caso concretizada a venda, teríamos um BNDES no RS, cujas operações iriam ser apenas ao que interessasse ao próprio BNDES e não ao Estado. Ou seja, teríamos grandes projetos sendo apoiados (como é hoje) e as operações com pequenas e médias empresas, deixadas de lado. Isso não é uma previsão alarmista, é uma conclusão lógica, pois o BNDES não opera no varejo.

    É uma operação que não interessa ao BNDES como instituição, não interessa ao Estado como futuro e não interessa ao BRDE, que é um banco com interesse voltado apenas para a região sul. Esta seria uma operação apenas com fins políticos, feito por políticos que querem resolver o curtíssimo prazo. Mesmo que condenando o longo prazo.

  3. não sei qual interesse teria o BNDES na aquisição do BRDE. Afinal, com o BRDE, a capilaridade de aplicações está garantida. E sem risco, pois o BRDE é um banco sólido e paga todas as operações, mesmo as que ficam inadimplentes. Qual a vantagem?

    Pelo lado do Estado, o BRDE nada custa, pois não há recursos públicos sendo colocados para garantir a manutenção da instituição. Além disso, os recursos que o BRDE repassa, são de fora, fazendo com que a economia gaúcha seja irrigada com recursos externos à ela e, com isso, gerando riqueza interna.

  4. o BRDE é o principal e mais importante banco que fomenta o desenvolvimento da região sul, gerando inúmeros postos de trabalho e renda, retornando, ainda, milhões em tributos para os cofres públicos. Tem forte atuação nos setores de agronegócio e inovação, além de financiamentos na área de energia renovável. Fechar o banco seria acabar com o desenvolvimento da região sul.

  5. Os governantes de ocasião, a par de seus malfeitos, nunca cobram responsabilidade dos antecessores pelas “heranças malditas”, não deixadas a eles, mas à sociedade, e, em seguida, como saída de seus caixas zerados, passam a vender patrimônio público, agravando ainda mais a sociedade que fica à míngua de serviços e obras públicas essenciais. Fazem como ladroes que roubam ladrões e a sociedade – com tristeza – em vez de prisões lhes vem dando seguidos mandatos públicos.

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