Políticos que integram um grupo liderado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acreditam que precisam concentrar suas conversas com três nomes: a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede), o presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin e Alvaro Dias, pré-candidato do Podemos, além de Rodrigo Maia (DEM). Seria a fórmula para dar unidade e consistência à corrente de centro, capaz de enfrentar os extremos Jair Bolsonaro, à direita, e Ciro Gomes, à esquerda.
Estacionado nas pesquisas de intenção, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin enfrenta a desconfiança de aliados e até de setores do próprio PSDB sobre suas chances e está sendo pressionado a adotar uma estratégia mais agressiva.
A articulação do grupo ligado a FHC irritou o entorno de Alckmin. A leitura é que o movimento criou um clima ruim e “espantou” os dois principais alvos do partido nesse momento: o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Alvaro Dias (Podemos). Os tucanos marcaram um jantar com Maia na semana que vem para recompor a relação.
Na pesquisa do Datafolha divulgada neste domingo (10), Alckmin aparece com esquálidos 7%, o menor índice de um tucano na largada das campanhas desde 1994 (em eleições anteriores, FHC, Serra e Alckmin sempre iniciaram na faixa dos 20%).
Em tese, poderiam formar uma frente que representaria 25% do eleitorado, contingente bem maior do que o do favorito de direita Jair Bolsonaro (19%) e o de esquerda, Ciro Gomes (14%).Somados, os centristas Alvaro Dias (4%) e Rodrigo Maia (2%) e se desistissem de suas respectivas candidaturas poderiam formar um contingente de 27% de intenções de voto – bem mais do que o atualmente favorito Jair Bolsonaro, do direitista PSL, que aparece com 19%.
Fernando Henrique se reuniu recentemente com a senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) em São Paulo para falar sobre a necessidade de união do centro já no primeiro turno e demonstrou preocupação com a fragmentação desse campo político em muitas candidaturas.
Já o pré-candidato do Podemos, Alvaro Dias, tem dito que acredita em um afunilamento no primeiro turno para dois candidatos do centro: um liderado pelo PSDB e outro à margem dessa composição. “É difícil saber agora qual é o nome mais adequado para liderar essa convergência. É muito cedo para identificarmos. O ambiente está muito confuso”, afirmou Dias.
Alckmin sabe que é muito mais competente, tem melhor histórico e melhores propostas que qualquer outro candidato.