Este projeto de Reforma Política não é o que sociedade quer, diz Campagnolo

A proposta de Reforma Política aprovada por uma comissão especial da Câmara dos Deputados, na madrugada desta quinta-feira (10), favorece a manutenção no poder de quem já possui mandato e enfraquece a democracia brasileira. A opinião é do presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, que critica especialmente a possibilidade de aumento de recursos públicos que seriam destinados aos partidos políticos para financiar campanhas eleitorais.

O texto aprovado pela comissão, que foi apresentado pelo relator da reforma na Câmara, deputado Vicente Candido (PT-SP), dobra os recursos públicos destinados ao financiamento das eleições. O deputado aumentou de 0,25% da receita líquida para 0,5% da receita os recursos orçamentários destinados ao Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que passaria a custear as campanhas. A estimativa é que o fundo previsto na proposta receba cerca de R$ 3,6 bilhões no ano que vem.

“A União encontra imensas dificuldades para cobrir o rombo das contas públicas, o que tem comprometido a aplicação de recursos em áreas absolutamente essenciais para a população”, afirma Campagnolo. “Mesmo assim, muitos políticos parecem preocupados apenas em defender interesses pessoais ou partidários. Ao invés de buscar mecanismos para tornar as campanhas eleitorais mais baratas, justas e transparentes, decidem seguir o caminho mais cômodo de aumentar o montante de recursos públicos destinado aos partidos, que já recebem valores significativos do Fundo Partidário”, completa.

Este projeto de Reforma Política não é o que sociedade quer, diz CampagnoloPelo parecer aprovado na comissão, caberá ao diretório nacional do partido definir, 30 dias antes da escolha dos candidatos, como serão divididos os recursos para o custeio das eleições. “Querem concentrar o poder de decisão sobre a aplicação desses recursos nos diretórios nacionais, muitas vezes dominados por grupos políticos que impedem o surgimento de novas lideranças nas legendas. Por ironia, ainda batizam esse mecanismo de Fundo Especial de Financiamento da Democracia, mas quem sai perdendo com a falta de regras claras para a destinação dos recursos é justamente a democracia”, diz o presidente da Fiep.

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