Do dilmês para o bolsonarês

Presidentes da República costumam falar um idioma próprio. O mais conhecido foi o “dilmês” que, tal qual o sânscrito, não encontra quem o traduza sem profundo esforço e boa vontade. Até hoje, passado tanto tempo, ainda há linguistas e exegetas tentando dar sentido a frases e discursos inteiros pronunciados no dialeto da ex-presidente Dilma Rousseff.

A substituir o dilmês, brasileiros e brasileiras tiveram de suportar por breve período a erudição gramatical da língua culta falada por Michel Temer, corruptela dos Sermões do Padre Vieira misturada a pitadas de Rui Barbosa. Não abusar das mesóclises, por exemplo, far-lhe-ia bem.

Agora chegamos ao “bolsonarês”, um idioma caracterizado por frases muito curtas e pronunciadas aos soquinhos, normalmente ditas para não significar necessariamente o que foi falado no discurso e/ou escrito no Twitter. Assim, quando se diz que “a democracia só existe se os militares quiserem”, leia-se que as Forças Armadas têm muito apreço pela democracia. Ou quando se mostram cenas pornôs e se afirma que o Carnaval se transformou nisso daí, o autor não tinha a intenção de generalizar, mas apenas de combater “uma distorção clara do espírito momesco, que simboliza a descontração, a ironia, a crítica saudável e a criatividade da nossa maior e mais democrática festa popular”.

Felizmente, ao contrário do dilmês que não achou tradutores capazes, o bolsonarês conta com respeitados intérpretes – generais que se encarregam de dissipar as dúvidas levantadas por analfabetos funcionais que nada entendem de semiótica e não percebem o significado simbólico e profundo da linguagem presidencial. É graças ao intérpretes que se entende tudo isso daí, tá ok?

4 COMENTÁRIOS

  1. Comédia o colega acima defendendo a Dilma, facilmente a mais incompetente presidente da história, mas quando fala do partido dela, tranquilamente a maior máfia da polícia nacional e que usou e abusou do poder em benefício proprio como se fosse um mantra, é demais…. definitivamente tem gente que é assaltada e ainda convida o ladrão pra casa… impressionante.

  2. Saudades da D Ruth, que anda sumida e fazendo falta.

    Bela homenagem à única mulher eleita Presidente, publicada no Dia Internacional da Mulher.

    Li hoje no El Pais, que recomendo ao ContraPonto uma matéria com a discussão nos USA sobre o fato da Capitã Marvel, a 1ª heroína da Marvel a ter um filme só dela, não sorrir nos trailers do filme. Como se os outros heróis vivessem às gargalhadas nos trechos selecionados para apresentar os filmes.

    Dilmês? Nunca vi menção ao Figueiredez ou ao Fhcês na imprensa brasileira e descobri hoje que aqui no ContraPonto há um Saussure, quiçá um Chomsky.

    Gostaria de ler um dicionário richês-portugues e ver a definição de “público” , “privado” e “honestidade” . Do morês gostaria de descobrir o que significa “imparcialidade” e “isenção” .

    Vou tentar achar então naquilo que me lembro de algo que possa parecer como “Dilmês”.

    De cara vem aquele termo com a consistência duma geleia: Republicanismo , que no Dilmês arcaico , que tem como base o “ Ptês, significa não usar o Poder em beneficio de si mesmo ou de seus parças, mesmo que seu mandato dependa disso, muito menos do seu partido.

    Outras palavras bacanas do “Dilmês” : Pré-Sal . Significava fonte de recursos para desenvolvimento do Brasil, mesmo que no “Curitibanês” falado pela patota da Lava Jato o sentido fosse o de “chance de derrubar no judiciário quem não conseguiriam derrubar através duma eleição”.

    Mais uma: honestidade – No Dilmês aprendido no maternal: Significa principio inegociável. O povo da lava jato tentou, mas ao contrário do seu desejo não achou nada. Muito pelo contrário, demitiu a galera ligada ao PMDB que estava ali desde o FHC que chamou a entrada do partido com o vampirão, angorá e Cia de “necessidade” de composição dito num fhcês impecável e sem o menor sotaque.

    Pra não dizer que não falei do pornógrafo, aconselho a aprenderem a falar em libras. Não a linguagem de sinais, mas o câmbio das esterlinas mesmo que é o que interessa ao clã da milícia.

  3. Semiótica….ahahhahahah imagina o Bozo fazendo a disciplina de um senhor ali do dpto de educação da UFPR: .

    Ia tomar pai…certeza

    Dilma falava coisas muito loucas, demorei muito para saber coisas que ela falou, esticar vento por exemplo. Teve um professor da eletrica me explicar que a energia do vento finaliza por gerar ao longo de um processo, o gás hidrogênio, que sim, e excelente combustível e armazenado em tanques, ela se referia a esse combustível, a esse produto energetene, mas ela achava que todo mundo manja de energias alternativas e não dava vc alteza na fala… Saudava a mandioca, pq e uma manifestação popular de um alimento que sacia de morte a sul…mas nunca era clara…a gente dava rizada dela e principalmente, não achei discurso dessa senhora ofendendo qualquer pessoa.
    Eu recebi um vídeo da equipe da campanha do Alckmin onde aparece o Bolsonaro xingando jornalistas, deputadas, funcionárias da camara, gente, coisa medonha. Mandei pra minha família, pra vervse caiam na real, mesmo assim, muitos votaram no Bozo. Agora com tanta coisa, tanta mentira, laranja, dedo no rabo de alguém, facada planejada, alguns sentem vergonha de ter votado nele, mas outros, não dão o braço a torcer. Insistem que ele é um gênio mesmo e defende a famíllia.

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