Detran paralisa comércio de veículos. Em 5 dias, prejuízo de R$ 640 milhões

Olha só o absurdo: você vai à revenda, escolhe o carro zero ou seminovo que lhe agrada, seu cadastro é aprovado, dá o dinheiro de entrada e assina o financiamento do restante. Mas o veículo mesmo que é bom você não leva – ele fica na loja por um motivo que deveria ser impensável: os bancos financiadores simplesmente se recusam a registrar os contratos e gravame dos veículos junto à empresa escolhida pelo Detran para prestar este serviço. E enquanto este registro não se completa a loja não pode entregar o carro ao comprador.

Este assunto já mereceu, com a antecipação devida, notícia neste Contraponto, como você pode ler aqui.

A pendenga já dura uma semana e a causa é a falta de confiança que os agentes financeiros depositam na única empresa credenciada pelo Detran para realizar o serviço de registro, de nome Infosolo, com sede em Brasília. O registro dos contratos é que garante ao bancos financiadores e aos compradores de veículos a regularidade da transação. Os bancos preferem esperar que o Detran credencie empresas mais confiáveis – problema que se repete em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro onde a Infosolo também foi credenciada pelos Detran’s locais.

No Paraná, em apenas cinco dias, de acordo com estimativa do Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos do Paraná (Sindicov/PR), cerca de 16 mil veículos novos e seminovos foram vendidos, mas permanecem parados nos pátios das revendas. Quando esta quantidade é transformada em valores monetários, considerando um valor médio unitário de R$ 40 mil, a soma de negócios paralisados é impressionante: R$ 640 milhões!

O prejuízo se dá em cascata. Sofre primeiro o consumidor do bem (automóvel, caminhão, motocicleta…) que paga e não recebe; a revenda, que cumpriu todas as obrigações, mas também não vê a cor do dinheiro referente à parte financiada; o governo, que não arrecada os impostos resultantes da venda. E o próprio Detran, que também deixa de arrecadar o que lhe cabe na taxa de registro.

E aí entra outro detalhe: antes das mudanças na legislação que obrigaram os Detran’s a ter duas empresas para proceder a burocracia do registro (uma para registrar o contrato, outra para impor o gravame, alienação fiduciária sobre o veículo financiado), o consumidor pagava R$ 116,00; agora se sente compelido a pagar a taxa fixa R$ 350,00, independentemente do valor do veículo comprado – seja um Mercedes Bens zero quilômetro, seja uma motocicleta usada.

A Febraban, o governo, o Detran, as concessionárias de veículos, os despachantes, os fabricantes de placas… toda a cadeia do comércio do setor está sofrendo e tendo prejuízos com a anomalia.

Mas quem deveria tomar providências não toma. E não foi por falta de advertência.

 

 

O Sindicato das Concessionárias e Distribuidores de Veículos no Estado do Paraná – Sincodiv/PR, entidade que representa a categoria econômica da distribuição de veículos no Estado do Paraná, esclarece que as concessionárias continuam atendendo normalmente aos consumidores nos processos de financiamento de veículos, consórcio, arrendamento mercantil, entre outras formas de alienação.

Atendendo a resolução 689/17 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o Detran/PR fez alterações no registro dos contratos de financiamento e gravame dos veículos. Essa alteração gerou um impasse, já que o Detran/PR não está realizando o registro do contrato de financiamento por falta de acordo com os agentes financeiros. Sendo assim, a venda não é finalizada e os veículos não podem ser entregues aos consumidores finais.

O Sincodiv-PR, atento à essa possível situação, manteve contato com o Detran/PR e outros órgãos estaduais, visando atender os consumidores e os concessionários, mas até o momento encontra-se sem solução. A entidade questionou também o novo valor para registro do contrato de financiamento, que foi de R$ 116,40 para R$ 350,00, onerando o consumidor final. Lamentamos os transtornos gerados e esperamos a compreensão do consumidor, ressaltando que o Sincodiv-PR permanece à serviço do concessionário para que as empresas possam voltar à normalidade quanto às entregas dos veículos.

20 COMENTÁRIOS

  1. Está havendo uma manipulação das grandes instituições financeiras, principalmente daquelas ligadas à ACREFI.

    Financeiras menores e que não fazem parte da associação, como por exemplo banco DAYCOVAL, Porto Seguro, banco safra, estão operando normalmente.

    Quem está se recusando de pagar os contratos são os bancos e não o Detran, o vilao da história não é o detran.

    O interesse dos bancos para que o detran credencie novamente a fenaseg/ cetip/ b3 é pq trata-se de uma empresa de capital aberto que possuía monopólio nesse tipo de serviço, dando lucros milionários as instituições financeiras que possuíam ações da empresa.

    Já que “estao” tão preocupados com o bem estar dos clientes, porque os bancos não reduzem a tarifa de abertura de crédito e de avaliação do bem? Que hoje em média tem sido de 1.000 a 1.800 por contrato.

  2. Fiquei sabendo disso hj,deixei o meu carro numa revendedora,há 15 dias fiz tudo oq tinha pra ser feito e hj q eu ligo pra saber qndo será feito o depósito do valor do carro,tenho essa ma notícia q vou ter que esperar o Detran resolve e qndo entrei no site do Detran lá tem um comunicado q eles estao dentro da lei, resumindo vendi o carro mas sabe lá qndo q vou receber e preciso do dinheiro para comprar outro e dependendo de outro carro pois meu trabalho é com o carro, lamentável isso e a merda desse governo federal não faz nada!!!

  3. Eu nao entendo porque a concessionária vendeu e nao avisou antes que estava com problema. Agiu de má fé…nao contando , deveria falar e deixar o comprador decidir…ainda tive que correr e pagar a entrada e só depoia dw enrolada a pessoa que me vendeu falou

  4. pessoal, esse artigo é do dia 5/9/2018. eu liguei no dentran e o problema persiste e segundo eles sem uma data para ser normalizado. até quando esses 16 mim consumidores incluindo eu vamos ter que aguardar essa briga entre dentran e bancos? incabível uma demora tão longa…

  5. Absurdo e indignada no meu entendimento, as financeiras não querem assumir o aumento do custo de R$ 116,40 para R$ 350,00. Mas quem sempre paga é o consumidor final. No site do Detran consta que está tudo no perfeito funcionamento…

  6. Eu também comprei carro dia 28/09, até seguro chegou e o carro nada, e você entra em contato com 1 com outro e ninguém tem estimativas para resolução do problema

  7. Bem pessoal ! Eu também comprei o carro dia 25/09/2018 data prevista para entrega seria dia 05/10/2018 no entando ,só admirei meu carro ,mais não consegui tirar da loja ! Infelismente nós consumidores seremos os mais prejudicados !
    È brincadeira isso!

  8. Também comprei dia 28 e até agora nada. Não vai dar nem pra andar sem placa. Pois pode-se andar sem placa por até 15 dias após a emissão da nota. Desse jeito o carro já vai sair da concessionária emplacado.

  9. Bom estou na mesma situação. Com toda certeza irei processar a instituição financeira, consesionaria e detran. O problema é deles, eles que se resolvam para pagar o nosso prejuízo. Esse Detran é um órgão que só tem funcionários incompetentes, como o resto do governo. Servidor público está para incompetência.

  10. Infelizmente, também, estou com o veículo adquirido parado na concessionária desde o dia 27 de setembro, sem poder retirá-lo. Agora, quem paga o prejuízo? Como sempre, a conta fica para o mais fraco, ou seja, o consumidor.

  11. Um ABSURDO isso. Estou com meu carro parado desde o dia 28/09 e não consigo tirar o mesmo da concessionária. Como sempre quem sofre é o consumidor final… várias pessoas que precisam do carro para trabalhar estão paradas.

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