Negócios milionários em trânsito

O Diário Oficial do estado publicou na edição de 23 passado a portaria 87829/2018 pela qual o Detran credencia a empresa Infosolo Informática “para a prestação de serviço de Registro Eletrônico de Contratos e Financiamento de Veículos com cláusula de alienação fiduciária, arrendamento mercantil, reserva de domínio ou penhor no âmbito do Estado do Paraná.” O credenciamento vale por 30 meses.

Como todo ato oficial, de aparência meramente burocrática, a portaria passaria desapercebida não fossem pessoas que, com interesses e olho clínico, chamam a atenção para alguns detalhes:

  • A partir de agora, quem financiar a compra de um veículo passa a pagar uma taxa superior a R$ 300,00 para registrar o contrato de financiamento, alienação fiduciária e reserva de domínio. Antes, o valor da taxa era de R$ 87,00;
  • Calcula-se que, neste negócio, o faturamento da Infosolo durante o período de contrato passe de R$ 12 milhões;
  • A Infosolo tem sede em Brasília e um de seus sócios é Alexandre Georges Pantazis, com fortes ligações empresariais no Paraná e no governo federal. Seu irmão, Basile, foi tesoureiro do PTB do Distrito Federal, com largo trânsito no Planalto, o que facilitou ao grupo empresarial da família Pantazis vencer licitações milionárias nos Correios (feudo do PTB) e no fornecimento de trilhos para ferrovias estatais. No Paraná, em 2009, houve a tentativa de participar da aquisição de uma draga para o Porto de Paranaguá na gestão do então superintendente Eduardo Requião;
  • A Infosolo tem contratos para a prestação do mesmo serviço em Detrans de outros estados, como Maranhão, Tocantins e Amapá, além do Distrito Federal.

Ainda reina mistério sobre se houve trânsito político na contratação do Detran/PR.

3 COMENTÁRIOS

  1. Quem nos defende ou defende os direitos indisponíveis dos paranaenses senão o Ministério Público? Esses contratos às vésperas de eleições, ligeirinhos e salgadinhos (ou docinhos demais?) devem merecer resguardo do Parquet, afinal, os paranaenses não tem qualquer “auxílio” (muito menos o de moradia) extra para suportar essas novas enfiadas espertas de mãos nos seus bolsos. Ou não?

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