Os cinco deputados da bancada do PSB na Assembleia Legislativa devem anunciar a desfiliação do partido até segunda-feira que vem (26), segundo revela um deles ao Contraponto. Antes mesmo do fim do prazo da janela da infidelidade, em 7 de abril, vão tomar destinos variados, como o PSDB, o DEM e o PTB. Não querem ficar num partido que não terá candidato a governador e senador no estado, naturais “puxadores” de votos para a eleição de deputados.
A decisão deles foi precipitada pela virtual impossibilidade de o PSB firmar aliança com o candidato do PDT, Osmar Dias, embora a cúpula nacional do partido ainda esteja empenhada em vencer as resistências de Osmar e do diretório regional do Paraná. Os deputados estaduais preferem se manter fieis ao grupo de Beto Richa e fazer parte do “chapão” de candidatos à eleição proporcional que vem sendo diligentemente montado pelo ministro Ricardo Barros no seu afã de vitaminar a candidatura da mulher, a vice-governadora Cida Borghetti.
Quatro dos cinco deputados do PSB – Luiz Cláudio Romanelli, Alexandre Curi, Artagão de Mattos Leão e Tiago Amaral – formam um quarteto que, somado, fez quase 350 mil votos na eleição de 2016. Juntos, eles detêm uma força política considerável e não querem colocar esse patrimônio em risco competindo numa chapa esquálida e sem fundos partidários para financiar suas próprias campanhas. A orientação nacional do PSB é concentrar esses recursos na eleição do maior número possível de candidatos a deputado federal, preferentemente nos três com que já conta na Câmara – Luciano Ducci, Aliel Machado e Leopoldo Meyer.
Os estaduais do PSB também foram excluídos pela direção nacional de participar os arranjos políticos no estado, o que os afastou do esforço que vinham fazendo para trazer Osmar Dias para o campo situacionista. Eles enxergavam (e ainda enxergam) que a candidatura de Osmar seria qualitativamente a melhor para o Paraná, mas diante da situação em que foram colocados decidiram cuidar da própria sobrevivência.
A tendência do quarteto – talvez com a exceção do quinto membro da bancada socialista, deputado Jonas Guimarães – é apoiar Cida Borghetti no primeiro turno, mas todos já estão comprometidos com Osmar Dias se a disputa em segundo turno se der entre ele e o candidato Ratinho Jr. (PSD/PSC).