A defesa do deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), presidente nacional do PSL, disse ver com ‘estranheza’ a operação que investiga candidatura laranja, a realizada na manhã desta terça-feira (15) pela Polícia Federal (PF). O escritório do advogado Ademar Rigueira representa o deputado e também o PSL de Pernambuco.
A defesa disse que “já foram ouvidas diversas testemunhas e não há indícios de fraude no processo eleitoral”. “A busca é uma inversão da lógica da investigação, vista com muita estranheza pelo escritório, principalmente por se estar vivenciando um momento de turbulência política”, afirmou, em nota.
Mais cedo, Rigueira disse ao G1 por telefone que a operação era “um absurdo completo”. “Esse inquérito está se arrastando há muito tempo, tudo foi esclarecido, não havia necessidade alguma dessa busca e apreensão. O Ministério Público recorreu e o TRE-PE concedeu, mas há uma completa desnecessidade dessa medida. A investigação não tem nenhuma prova”, declarou.
Nove mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) para a Operação Guinhol, atendendo a um pedido do Ministério Público Eleitoral.
Entre os alvos estão acasa de Bivar em Jaboatão dos Guararapes (PE), a gráfica usada por Lourdes Paixão, suspeita de ser candidata laranja e a sede do PSL em Pernambuco
A investigação busca esclarecer se ocorreu fraude no emprego dos recursos destinados às candidaturas de mulheres – ao menos 30% dos valores do Fundo Partidário deveriam ser empregados na campanha das candidatas do sexo feminino. Segundo a PF, há indícios de que o dinheiro foi desviado para ser utilizado em outras candidaturas.
Candidatura laranja – A candidata Lourdes Paixão recebeu R$ 400 mil da direção nacional do PSL, terceira maior verba concedida pelo partido, mas obteve 274 votos em 2018. O dinheiro do fundo partidário foi enviado para a candidata pela direção do PSL, que tinha como presidente, na época, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência,Gustavo Bebiano. Ele foi demitido do cargo depois das primeiras reportagens sobre as candidaturas laranjas.
O advogado de Lourdes informou, em fevereiro, que o dinheiro repassado pelo partido teria sido utilizado para confecção de adesivos e santinhos para a candidata. No endereço da gráfica informada por Lourdes ao TSE como responsável por imprimir seus materiais de campanha, funcionava uma funilaria. (Informações do G1).