Envolvidos nos grandes escândalos de corrupção que assolam o Paraná aprenderam com rapidez que o melhor caminho para se verem livres do aborrecimento de ficarem mofando por tempo indeterminado nas celas da Polícia Federal em Curitiba é mesmo negociar uma boa delação. Além de reduzirem penas (ou até mesmo ficarem completamente isentos de cumpri-las), ganham a possibilidade de preservar suas fortunas mediante pagamento de multas e devolução de parte do patrimônio ou dinheiro em espécie.
Espelham-se em eventos notórios que foram oferecidos pela Operação Lava Jato. Quase todos os reus das inúmeras ações abertas contra ex-diretores, grandes empresários, operadores financeiros do Petrolão vivem hoje confortavelmente no seio da família, alguns com o incômodo das tornozeleira. É certo que devolveram granas elevadas, mas nada que os abalasse muito: tanto que, dos R$ 15 bilhões que teriam sido desviados da Petrobras, foram recuperados menos de R$ 2 bilhões até agora.
Estes que hoje gozam de liberdade – apenas um pouco restrita – apelaram e tiveram sucesso não só porque fizeram boas delações mas também porque foram velozes, chegaram primeiro que outros numa corrida de cem metros rasos. Vejam-se os exemplos bem-sucedidos do ex-diretor Paulo Roberto Costa, do ex-gerente Pedro Barusco, dos doleiros Alberto Youssef e Lúcio Funaro, o mega-empresário Marcelo Odebrecht e tantos outros. Marcelo resistiu 2 anos e 7 meses de cana, mas acabou fazendo delação.
Os “atrasados”, como o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foram atropelados por outros, já não têm novidades a apresentar e, condenados, não vêm luz no fim do túnel.
Estas lições foram bem aprendidas pelos paranaenses enrolados. Envolvidos na Operação Integração II, que investiga as irregularidades nas concessões rodoviárias que propiciaram cornucópias de propinas durante os governos de Beto Richa e que os levou à preventiva na PF, já deram a partida rumo à delação, dispostos a cruzar a linha de chegada o quanto antes.
O primeiro a tomar esta providência foi o amigo-sócio Jorge Atherino, que contratou o advogado Luiz Carlos Soares – o mesmo que deu assistência a Tony Garcia, embora isto fosse necessário apenas formalmente – para conduzir as negociações para sua colaboração premiada. Não é preciso ser pitonisa para antever que, de novo, vai “sobrar” para Beto Richa.
Outro é o ex-chefe de Gabinete Deonilson Roldo – influente assessor que tudo conhece dos porões do grupo Beto Richa desde os tempos da prefeitura de Curitiba. Está prestes a fechar com um grande escritório de advocacia. Como participante de fatos que também são de conhecimento de Jorge Atherino, terá de caprichar e ser rápido para que sua colaboração tenha mais valor do que a do colega que o antecedeu na decisão de colaborar com a Justiça em troca de benefícios.
O empresário Luiz Fernando Wolff de Carvalho, diretor da Triunfo Participações, também preso desde a semana passada, já se mostrou disposto e toma providências para ser o precursor dentre os grandes empreiteiros que respiram o mesmo ar do 1.º andar da sede da Polícia Federal. Além de problemas empresariais, vive situações pessoais que o impelem a ser muito rápido.
Boa tarde, insisto em dizer, “Que o pior ainda está por Vir”, cai a máscara do bom moço,vai ficar marcado na história do Paraná,como um dos maiores “Picaretas do Estado” vai ser a marca registrada do Beto tico tico.É minha gente um dia a casa cai,não à mal que perdure para sempre.