Chega dos mesmos? 2018 mostrará que não

Quem aguarda por um elevado índice de renovação do Congresso Nacional por causa das denúncias contra os atuais deputados e senadores pode se frustrar. O alerta é feito por um dos mais experientes conhecedores dos bastidores do Parlamento, o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

“Salvo mudanças inesperadas no humor do eleitorado, a tendência será de reeleição entre 60% e 70% da atual Câmara dos Deputados – um dos mais altos das sete últimas eleições –, o que poderá levar para a próxima legislatura as práticas e os vícios da atual composição legislativa”, avalia Antônio Augusto, em entrevista para o site Congresso em Foco.

Para ele, o perfil da nova composição da próxima Câmara tende a ser  liberal, do ponto de vista econômico; fiscalista, sob a ótica da gestão, e  conservador, em relação aos valores.

Mas, na avaliação do diretor do Diap, os deputados da próxima legislatura terão vida difícil. Haverá menos espaço para velhas práticas fisiológicas e maior vigilância por parte da sociedade.

“A crise fiscal, a transparência e a pressão da sociedade sobre a futura Câmara não permitirão nem aceitarão a repetição dos vícios e práticas atuais, deixando os futuros deputados sem ambiente para continuar trocando seus votos por favores, emendas e cargos, como tem sido hábito na política brasileira”, acredita.

Segundo ele, a pressão e a fiscalização da sociedade tendem a aumentar, tanto pela redução ou mesmo privação de serviços públicos, decorrentes da crise fiscal, quanto por força das leis de transparência disponíveis. “A intolerância a desvio de conduta, portanto, aumentará significativamente”, afirma.

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