Briga de bar: quanto vale o terreno da Brahma?

Há controvérsias quanto aos valores de compra e venda de privilegiados terrenos no bairro Rebouças. Um deles diz respeito ao quarteirão de cerca de 30 mil metros quadrados na avenida Getúlio Vargas onde antes funcionava a fábrica da cerveja Brahma. Quanto ao valor deste não há dúvidas: ele foi repassado ao governo estadual quando a Ambev, dona da marca Brahma, por R$ 104 milhões, conforme consta claramente nos termos do protocolo de intenções firmado em 2012 e pelo qual a cervejaria foi incluída no programa Paraná Competitivo para gozar de benefícios fiscais.

Briga de bar: quanto vale o terreno da Brahma?Já o quarteirão bem defronte à antiga Brahma (basta atravessar a avenida Getúlio Vargas), pertencia à fábrica Matte Leão. Tem 16 mil metros quadrados de área, metade da outra. A primeira informação registrada pelo Contraponto foi a de que a igreja Universal, em 2012, pagou R$ 13 milhões pelo terreno. De fontes diversas, inclusive da própria Universal, surgiram outros valores, variáveis entre R$ 23 milhões e R$ 32 milhões.

Admitamos o valor máximo tido como o verdadeiramente pago pela Universal à família Leão (R$ 32 milhões) e tem-se que o metro quadrado saiu por R$ 2.000,00.

Já a área da Brahma, recebida pelo governo por R$ 104 milhões, teve seu metro quadrado avaliado, na mesma época, por aproximadamente R$ 3.500,00 – ou seja 75% mais caro.

Ou a família Leão foi enganada ou o governo estadual pagou demais. Vá saber!

Como o Contraponto já informou, há um litígio em curso em relação ao terreno da Brahma: uma fração ínfima é utilizada desde 1999 pelo Bar Brahma, tocado em regime de parceria com a empresa Banana Brazil e com contrato de aluguel e ocupação do espaço vigente até 2027. Se o bar não sair dali, a Ambev não pode transferir todo o quarteirão para o nome do governo – o que deveria ter ocorrido em julho do ano passado. E está criado a confusão.

A Banana Brazil quer fazer valer seu direito de se manter no local, enquanto a Ambev, para forçá-la a sair, cortou o fornecimento do chopp e até de água – que agora só chega em caminhões-pipa. O litígio está sendo resolvido na Justiça.

A Ambev tem outro entendimento. Em nota dirigida ao Contraponto, a assessoria da empresa afirma:

“A intenção da Ambev de transmitir o terreno de sua antiga cervejaria, em Curitiba, para o governo do Estado do Paraná foi amplamente divulgada ainda em 2013, quando do anúncio referente à construção da nova unidade no município de Ponta Grossa. O proprietário do Bar Brahma de Curitiba, parceiro de muitos anos da companhia, também foi comunicado com antecedência sobre a concessão do terreno para que pudesse programar sua mudança sem qualquer transtorno. Todas as medidas tomadas estão em consonância com a legislação vigente e com o devido processo legal.”

3 COMENTÁRIOS

  1. Câmara Municipal de Curitiba já sabia da mudança.
    Só os donos do bar não?

    http://www.cmc.pr.gov.br/ass_det.php?not=19471

    Data: 16/11/2012

    Câmara discutirá mudança de endereço da Ambev

    Uma audiência pública na próxima terça-feira (20), às 14h, vai discutir a mudança de endereço da fábrica da Ambev, no Rebouças, para a região dos Campos Gerais. A vereadora Maria Goretti (PSDB) propôs o debate para encontrar um ponto de equilíbrio para que não se perca os investimentos realizados pela prefeitura nos arredores da cervejaria. Ela sugere a doação do prédio, que fica na Avenida Getúlio Vargas, para a edificação de um pólo cultural contíguo à Fundação Cultural de Curitiba, na Rua Piquiri.
    “Em Curitiba é de se perguntar o que a empresa Ambev fará com o imóvel localizado em região nobre, valorizado com as intervenções públicas já citadas, tendo em vista que inúmeros empregos serão removidos para o interior do Paraná, e com incentivos fiscais do Estado – portanto retirando da cota parte também dos municípios do Paraná, a empresa deve pronunciar-se sob a ótica da responsabilidade social e prover de informações esta Casa de Leis”, justificou em seu requerimento para a audiência a vereadora Maria Goretti.
    Foram convidados para o debate o vice-presidente de Relações Corporativas da Ambev, Milton Seligman; a secretária municipal do Urbanismo, Suely Hass, e a presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento, Viviane Redondo Machado.
    Goretti afirma que, também em benefício da cervejaria, a prefeitura adequou a malha viária ao transporte de cargas na região do Rebouças. O entorno ainda reúne a Superintendência Regional dos Correios, a indústria de fósforos Swedish Match e a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.

    http://www.gazetadopovo.com.br/economia/audiencia-publica-para-debater-a-saida-da-ambev-de-curitiba-e-cancelada-2l3b6grf6okb739hrj4rdpydq

    https://www.folhadelondrina.com.br/economia/camara-debate-possivel-mudanca-da-fabrica-da-ambev-824792.html

  2. Cuidado pessoal, o dono da Ambev é o cara que derrubou a presidente, é dono do MBL e do Vem Pra Rua, é senhor da nova reputrida brasileiro pós golpe, os minions de amarelo sao na verdade todos dele, é o sr Burns brasileiro!

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