Carnelós, o advogado que pisou na bola

O advogado de Michel Temer, Eduardo Carnelós, disse ter sido “criminoso” o vazamento dos vídeos contendo o depoimento do operador Lúcio Bolonha Funaro em que menciona, várias vezes, ter sido o presidente destinatário de propinas em esquemas com o ex-deputado e presidente Câmara Eduardo Cunha.

O advogado “pisou na bola”: não houve vazamento, a menos que se queira denominar deste modo a disponibilização pela própria Câmara Federal de todo o conjunto de documentos relativos à delação, incluindo os vídeos, que desde o dia 27 de setembro passado podem ser acessados livremente por quaisquer pessoas no site do Legislativo.

Os vídeos foram liberados pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator no STF da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra Temer. Aceita a denúncia, Fachin encaminhou-a à presidente do Supremo, ministra Cármem Lúcia, que, por sua, cumprindo o protocolo, enviou todo o processo ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, a quem competia notificar o Presidente da República.

Tudo dentro da legalidade, de forma pública e tão transparente quanto deve ser, para conhecimento de todos os cidadãos, mas principalmente para os que, por obrigação profissional – caso do advogado Carnelós – devem saber não ter havido “vazamento”, muito menos “criminoso”.

A menos que ele entenda, como “criminosos” os ministros Fachin e Cármem Lúcia ou o deputado Rodrigo Maia.

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