Beto sabia da compra de terreno com dinheiro de propina, diz MPF

Os procuradores do Ministério Público Federal apontam a existência de novas provas que reforçam a necessidade da manutenção da prisão de Dirceu Pupo Ferreira – contador e procurador das empresas de Fernanda Richa e filhos, mas que na prática estava subordinado diretamente ao ex-governador Beto Richa. Pupo foi preso em 25 de janeiro passado, junto com Beto, sob suspeita de que foi o portador de R$ 930 mil em dinheiro vivo, possível fruto de propinas liberadas por concessionárias de pedágio, usado para a compra de um lote em condomínio de luxo em Curitiba. Beto Richa teria acompanhado as negociações de compra do imóvel.

Embora Beto Richa tenha sido solto após habeas corpus concedido pelo STJ, Pupo continua preso. Os procuradores consideram que a manutenção do contador sob custódia é importante para o prosseguimento das investigações.

A denúncia oferecida nesta quinta-feira (21) demonstra que, no dia 8 de agosto de 2018, antes de visitar o corretor de imóveis e testemunha Carlos Albertini, Dirceu Pupo recebeu uma ligação do Comitê Eleitoral do PSDB em Curitiba. Além disso, registros telefônicos demonstraram que, na mesma data, pouco mais tarde, ocorreu um possível encontro de Dirceu Pupo com Beto Richa. Tais elementos probatórios revelam indícios de que o ex-governador acompanhou com proximidade a atuação de Pupo em face de testemunhas dos pagamentos em espécie.

Ainda, outros registros telefônicos demonstraram que Dirceu Pupo, no mesmo dia 8 de agosto, procurou Valmir Maran, testemunha que recebeu pagamentos em espécie do grupo criminoso e que, em fato envolvendo a compra do lote do condomínio de luxo Beau Rivage, presenciou a entrega de R$ 930 mil em espécie feita por Dirceu Pupo em nome da empresa Ocaporã. Segundo apurado, em tal contato, Dirceu Pupo teria alertado a Valmir Maran “que todos estavam preocupados com as investigações”. Nessa tarde do dia 8 de agosto de 2018, o celular de Pupo e também o de Beto Richa foram captados a 100 metros de distância da incorporadora Paysage.

Para os procuradores, diante da presença de elementos que demonstram a disposição de Pupo em obstruir as investigações contra Beto Richa, deve ser mantida a sua prisão para assegurar a instrução criminal.

2 COMENTÁRIOS

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