Dos réus da Operação Piloto, fase da Lava Jato que constatou ilícitos na concorrência de 2014 que abriria uma PPP para obras e exploração de pedágio na PR-323, apenas Deonilson Roldo continua preso. O ex-chefe de Gabinete do então governador Beto Richa não teve a mesma sorte do operador Jorge Atherino, solto neste sábado (12) graças a um habeas corpus concedido, em caráter liminar, pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli.
Deonilson cumpre prisão preventiva no Complexo Médico Penal de Pinhais desde 11 de setembro por ordem da 23.ª Vara Criminal Federal de Curitiba. Réu na ação penal decorrente da Operação Piloto – uma alusão ao codinome dado nas planilhas de propina da Odebrecht a Beto Richa em razão de seu gosto por automobilismo -, Deonilson é tido pelo Ministério Público Federal como o articulador do esquema que direcionou a licitação em favor da empreiteira.
Na mesma data, mas em razão de outra operação (a Rádio Patrulha) deflagrada pelo Ministério Público Estadual, foi preso também o ex-governador Beto Richa, os ex-secretários Pepe Richa (irmão), Fernanda Richa (esposa), Ezequias Moreira e Edson Casagrande, o primo Abi Antoun e alguns empresários. Todos foram soltos quatro dias depois por um salvo-conduto concedido pelo ministro Gilmar Mendes. Deonilson também foi indiciado na Rádio Patrulha.
Por várias vezes a defesa de Deonilson tentou obter o benefício do habeas corpus, mas não teve sucesso em nenhuma das tentativas. A última vez foi em dezembro passado, mas o juiz federal que conduz o processo, Paulo Sergio Ribeiro, negou a concessão em razão de argumentos do MPF segundo os quais o réu, se fosse solto, teria ainda poder para obstruir investigações em curso. Em outro despacho, também de dezembro, o magistrado havia negado habeas para Jorge Atherino.
A principal prova coletada pelo MPF que atesta a participação ativa de Deonilson no esquema de fraude à licitação foi um áudio entregue aos investigados pelo empresário Tony Garcia. Nele, o ex-chefe de Gabinete conversa com o executivo Pedro Rache, representante da construtora Contern (grupo Bertim), para convencê-lo a não participar da concorrência porque o governo já tinha compromisso de direcionar a obra para a Odebrecht.
Delatores da Odebrecht afirmaram, durante as investigações da Lava Jato, que a empreiteira havia se comprometido a pagar R$ 4,5 milhões em caixa 2 para a campanha de reeleição de Beto Richa em 2014. O encarregado de receber parcelas da doação foi o empresário-amigo-sócio de Beto Richa Jorge Atherino, às vezes acompanhado do primo-distante Luiz Abi Antoun. Atherino viajava a São Paulo para pegar o dinheiro que entregue no apartamento de sua mãe na capital paulista. Há evidências de que pelo menos R$ 2,5 milhões foram recebidos desta forma.
Coincidindo com as datas de recebimento, o MPF constatou movimentações atípicas nas contas pessoais e empresariais de Deonilson.
Há ainda investigações em curso. Quando concluídas, o Ministério Público deverá oferecer as alegações finais e o processo, ouvida a defesa, estará pronto para a sentença do juiz federal.
Cambada de vadios
Com o “novo” governo e o “novo” Toffoli, breve será solto. O que importa é prender o maior número possível de petistas e evitar que o Brasil volte s ser comunista. A corrupção é monopólio da esquerda. No caso dos outros partidos são apenas pequenos deslizes de conduta, para os quais o arrependimento basta, segundo famoso ex-juiz, e agora todo-poderoso ministro.