Com uma apresentação do secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, numa audiência pública, a Assembléia Legislativa (Alep) iniciou nessa quarta-feira (9) as discussões sobre a criação do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná. Caso aprovado, o órgão nascerá da incorporação do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar) e do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
Segundo o secretário, o sistema de agricultura do Paraná está em uma encruzilhada: ou se mantém órgãos tradicionais da administração ou se transforma tudo em algo novo.
Entre as resoluções da audiência está a criação de um grupo de estudo formado por deputados para acompanhar a tramitação do projeto. O grupo pretende reunir sugestões das mais diversas correntes para contribuir com a melhoria da matéria. A necessidade é unânime e a primeira reunião está marcada já para a próxima segunda-feira (14).
O secretário de Agricultura disse que a ideia é receber as sugestões do grupo. Ainda assim ele defendeu o projeto. Para Ortigara, a “vida” dos quatro institutos está em jogo. “Se não fizermos nada, o Iapar vai acabar em cinco anos, com a falta de funcionários. O CPRA funciona hoje com a capacidade limitada. Sabemos a contribuição da Emater para a agricultura. Toda esta reelaboração foi a forma que encontramos de prover quadro funcional para os órgãos”, argumenta Ortigara. “Se não revertermos isso, perdemos mercado e importância. Ou a gente se moderniza ou a gente morre”, apela.
A audiência foi uma iniciativa conjunta da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Alep, presidida pelo deputado estadual Anibelli Neto (MDB), e do Bloco Parlamentar da Agricultura Familiar, liderado pela deputada estadual Luciana Rafagnin (PT).
De acordo com Anibelli Neto, o objetivo do debate é fortalecer a agricultura. “Esta discussão serviu para que possamos melhorar o serviço oferecido aos agricultores. A partir dela, poderemos fazer encaminhamentos, emendas, substitutivos ou sugestões que melhorem o projeto”, comenta o parlamentar.
Para Luciana Rafagnin, a preocupação é a manutenção dos serviços ofertados. “Queremos que as instituições continuem cumprindo sua função. O receio é de que a mudança não garanta a continuidade de assistência ao produtor rural. Não podemos deixar que ninguém saia prejudicado”, diz ela.
O diretor da Emater, do Iapar e do CPRA, Natalino Avance de Souza, também defendeu o projeto. Ele lembra que o Iapar, por exemplo, já contou mais de mil pesquisadores, hoje está com 80. No mesmo sentido, a Emater já contou com mais de 2000 colaboradores; atualmente são 141. Ele participou da elaboração do projeto e argumenta que a mudança vai fazer a reposição destes quadros, além de manter as essencialidades institucionais. Também garante a entrega de produtos e serviços de melhor qualidade aos agricultores, contribuindo para uma agricultura mais competitiva e conservacionista.
Os deputados Tercílio Turini (PPS), Arilson Chiorato (PT), Goura (PDT), Professor Lemos (PT) e Tadeu Veneri (PT), por outro lado, contribuíram com pontos onde em que o projeto possa melhorar. Já a diretora-presidente da Codapar, Débora Grimm, o diretor de pesquisa do Iapar, Rafael Fuentes Llanillo, e a diretora-adjunta do CPRA, Solange Maria da Rosa Coelho, defenderam a incorporação dos órgãos.
O novo órgão público já nasce velho. Junta os cacos do que tem por aí, exceção do IAPAR , mas sem uma visão estratégica para o futuro do agronegócio do Paraná. Seremos só exportadores de commodities ou teremos valor agregado nos nossos produtos do agro. É a pergunta que fica…
Equívoco da sua parte. Não estão sendo “juntados cacos”.
As Instituições que darão origem ao NOVO INSTITUTO (CPRA, CODAPAR, EMATER e IAPAR) continuam contribuindo para o desenvolvimento da agricultura paranaense, contudo, estão próximas do limite das suas capacidades de respostas. Se nada for feito, deixaram sim de contribuir.
Um dos principais objetivos do NOVO INSTITUTO será pensar nas mudanças e contribuir para o futuro da nossa agricultura, que é tão diversificada. Temos consciência que o caminho não é só produção de grãos para exportação, por isso precisamos apoiar os nossos agricultores na diversificação, que é uma das características da nossa agricultura.
O INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO PARANÁ tem compromisso com uma agricultura mais limpa, com a sustentabilidade e com a produção de orgânicos.
Nossos agricultores, especialmente os familiares, estão carentes de pesquisa e assistência técnica para que possam melhorar sua renda a partir da diversificação.
Sem a fusão proposta, será muito difícil o Estado apoiar os nossos Agricultores.
Pensamos em fazer o melhor órgão público do Paraná.