Uma das leis da Física diz que a toda ação sempre acontece reação em sentido contrário e de mesma intensidade. A lei também é aplicável à política.
A aproximação do presidenciável Alvaro Dias (Podemos) com o candidato do PSD ao governo do Paraná Ratinho Jr. – ameaçando deixar à deriva a candidatura do irmão Osmar Dias (PDT) – vem também causando reações em sentido contrário com a mesma intensidade.
O problema que Osmar enfrenta é de pertencer a um partido que detém pouco tempo de televisão, baixa participação nos fundos eleitoral e partidário e estrutura pequena no estado. Para superar estas dificuldades, precisa de alianças com partidos mais fortes que compensem as fragilidades do PDT.
Para não criar dificuldades no Paraná para Alvaro Dias – que espera ter a maior votação possível em sua própria terra na disputa pela presidência – Osmar buscava compromissos do PDT nacional para liberá-lo da obrigação de apoiar Ciro Gomes, o candidato do partido ao Planalto, assim como procurava alianças com o PSB e com o PRB, legendas que lhe prometiam bons fundos e liberdade para apoiar o irmão.
Ambas as siglas, porém, refluíram. O PSB porque o diretório estadual não abre mão de manter a sua tradicional ligação com o grupo Beto Richa; o PRB porque, em nível nacional, prefere seguir a orientação de Alvaro Dias, que já destinou a vaga de vice para um representante da legenda ligada à igreja Universal.
Osmar teria ficado sem lenço e sem documento por pouco tempo. No mesmo dia da reunião Alvaro-Ratinho em Brasília, o ministro Carlos Marun, articulador político do Planalto, abriu a Osmar as portas do comando supremo do partido no estado.
A estratégia explanada por Marun teria a força de uma cajadada para matar dois coelhos de uma só vez: criar condições para o partido vencer a eleição no Paraná e, ao mesmo tempo, destituir Requião da presidência estadual do MDB, incômodo adversário de Temer e considerado responsável pela debandada de deputados e outras lideranças, que preferiram ou ainda ameaçam buscar abrigo em outros partidos.
Com Requião à frente, a avaliação é de que o MDB não faria mais que dois deputados federais e três estaduais. Com Osmar à frente, o partido reverteria esta má expectativa e ainda recuperaria muitos prefeitos e vereadores que também se escafederam. Mas para não criar problemas maiores, o comando nacional admite manter Requião como seu candidato à reeleição ao Senado ou, de preferência, gostaria de vê-lo migrar para outra legenda.
Requião pensa quase igual, mas em causa própria. Já se imagina continuar dono do MDB e montar aliança com o PDT, em jogada semelhante à de 2010, quando se elegeu senador e transferiu para Osmar a própria rejeição, levando-o à derrota na disputa com Beto Richa.
Osmar Dias olha com cautela esses movimentos. Ainda prefere se manter no PDT e buscar alianças com outros partidos de porte médio e pequenos, mas que lhe cobrem menos compromissos políticos e lhe ofereçam possibilidade de aumentar para tamanho razoável seu tempo de propaganda e um pouco mais de capilaridade no interior. O PPS de Rubens Bueno é uma das siglas que está no seu radar e que já dá sinais de reciprocidade.
Única renovação é nome das siglas, os mesmos velhacos fazendo as negociatas de sempre…
E uns ainda afirmam que é na eleição que se muda alguma coisa…