A falta de socorro da PM num caso de feminicídio

Opinião pública ainda está à espera do anúncio de vigorosas medidas por parte do governo estadual quanto ao estarrecedor fato divulgado pela RPC na noite de quinta-feira (14): oito sucessivos telefonemas pedindo socorro à Polícia Militar para intervir numa briga de casal tiveram como resposta do atendente do 190 que uma viatura seria encaminhada ao local, em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba. Mais de duas horas depois a PM chegou – mas tarde demais: a mulher já tinha sido morta pelo marido na frente do filha de dois anos.

O caso, chocante, escancarou a inutilidade das repetidas orientações para que parentes, vizinhos ou testemunhas que se vejam diante de um possível caso feminicídio peçam socorro imediato à polícia.

Se o índice de confiança da população já é pequeno, com certeza ficou ainda menor após este episódio. Cobrada, a PM respondeu com uma nota oficial em que diz que suas viaturas estavam atendendo a outras ocorrências e que, tão logo foram liberadas, acorreram ao local onde se deu o feminicídio, que poderia ter sido evitado caso fossem obedecidos critérios de prioridade. Prioridade que poderia ser sentida até pela insistência dos telefonemas e pelo relato que vizinhos transmitiam à PM dando conta da violência.

As desculpas foram as usuais: 40% da frota de viaturas está parada em manutenção e faltam policiais para dar conta de toda a demanda.

 

 

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