O PMDB resolveu mudar de nome. Tão logo seja aprovado seu novo estatuto, voltará a se chamar MDB ou, para os íntimos, apenas Movimento ou, ainda, MOVE. Quando era tão somente MDB, um partido artificialmente criado em 1966 pela ditadura para fazer de conta que era oposição, a legenda começou a levar sua missão a sério. Fez, sim, grande oposição ao regime, forjou grandes líderes, como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Mario Covas e outros respeitáveis personagens que acabaram por desaparecer da vida pública porque acabaram cassados.
No Paraná, teve como pais-fundadores políticos do porte de José Richa e Alencar Furtado, para citar apenas dois de seus expoentes.
Nas eleições de 1974, o MDB velho de guerra impôs uma esmagadora derrota à Arena, o partido do governo. Elegeu 20 governadores e tornou-se uma potência no Congresso e nas Assembleia Legislativas. Para evitar uma nova derrota nas eleições gerais de 1978, a ditadura baixou a “lei Falcão”, acabando com a aparição ao vivo de candidatos nos programas eleitorais da televisão. Podiam ser apresentados apenas fotos e currículos – como se vê neste vídeo das eleições para senador em São Paulo disputadas por Franco Montoro e Fernando Henrique.
Elizeth Cardoso cantando Tá na hora da virada, embalava os comícios de 74. E ninguém sabia que ela iria acontecer, tanto que, por causa da recusa das estrela do MDB em disputar o Senado com João Mansur, o partido recorreu ao desconhecido Francisco LEITE CHAVES, advogado e empresário londrinense, que impingiu fragorosa derrota no candidato arenista, gente boa por sinal.