Um laudo da Polícia Civi do Rio de Janeiro,, assinado por seis peritos, concluiu que a voz que liberou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, no dia em que a vereadora carioca Marielle Franco foi assassinada, não é a do mesmo porteiro que afirmou em depoimento à polícia que o miliciano desejava ir à casa do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o documento, a voz é do policial reformado Ronnie Lessa. O laudo foi obtido pelo jornal O Globo.
Lessa e Élcio de Queiroz estão presos sob acusação de terem cometido o assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes no dia 14 de março de 2018. O Ministério Público do Rio (MPRJ) já havia feito uma análise da gravação e também afirmava, antes mesmo da perícia, que a autorização para a entrada de Élcio no condomínio Vivendas da Barra fora dada por Lessa, e não por Bolsonaro.
Com a análise do MPRJ, o porteiro que citou Bolsonaro havia recuado e disse que cometeu um erro ao anotar na planilha do condomínio que Élcio pretendia visitar a casa 58, número da residência de Bolsonaro, em vez de casa 65, onde Lessa vivia.
Segundo o laudo, outro empregado ligou para Lessa informando a presença de Élcio na portaria. Lessa, então, autorizou a entrada. Ainda de acordo com o laudo da Polícia Civil, não foram encontrados “indícios sugestivos de edição fraudulenta do disco analisado, correspondente ao sistema de gravação do interfone”.