Vereador questiona contratação de empresa terceirizada para fiscalizar obras da Linha Verde

Um pedido de informações protocolado pelo vereador Dalton Borba (PDT) na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) faz uma série de questionamentos sobre o andamento das obras da Linha Verde, que se estendem há mais de 15 anos, e ainda têm trechos com obras paradas e inacabadas ao longo dos 22 quilômetros de extensão. Para Borba, a Linha Verde é um dos principais eixos de transporte e integração viária da capital paranaense, que abrange 22 bairros e uma população estimada de quase 300 mil pessoas, e por isso é importante  fiscalizar e acompanhar o andamento das obras no legislativo municipal.

“ O cidadão precisa ter acesso às informações e aos dados referentes às obras da Linha Verde, sobre os prazos para conclusão das obras, sobre o processo licitatório para contratação das empresas que irão executar os serviços, quais são os valores de cada contrato,  como o município está fiscalizando a execução dessas obras, enfim é preciso ter transparência na execução dessas obras que já duram mais de 15 anos, e estão trazendo muitos problemas e causando transtornos para os motoristas e moradores da região”, destacou.

De acordo com os dados encaminhados pelo município, em resposta às questões apresentadas pelo vereador, o novo prazo para a conclusão das obras está previsto para o final da atual gestão. Quanto às questões referentes a contratação de empresa terceirizada para fiscalizar as obras da Linha Verde, a prefeitura informou que há uma “empresa supervisora” para subsidiar a fiscalização de obras de maior porte no município, no qual estão incluídas as obras da Linha Verde. O município justifica que a contratação de terceiros na fiscalização dessa obra possui o respaldo legal previsto na Lei de licitações 8666, e como  os profissionais do departamento de pavimentação da secretaria de obras públicas atendem prioritariamente obras de pequeno porte, há necessidade de contratar essa empresa terceirizada para fiscalizar o andamento das obras. A empresa foi contratada por meio de um edital de licitação, o  contrato foi firmado com a prefeitura em abril de 2018 para supervisionar e fiscalizar além das obras da Linha Verde também outras obras do Programa de Infraestrutura de Transporte e da Mobilidade Urbana, PAC II, no município.

O valor inicial do contrato foi fixado em R$ 17.476.318,06, mas como esse contrato teve vários aditivos ao longo desses 3 anos, o valor final da contratação dessa empresa terceirizada alcançou o valor de R$ 28.294.209,69.  Quantos aos questionamentos apresentados pelo vereador sobre a necessidade de contratação de uma empresa terceirizada para acompanhamento da obra, com valor estimado em mais de 28 milhões, a prefeitura informou que “a contratação da empresa para subsidiar a fiscalização das obras de maior porte da secretaria de obras não é uma questão meramente de custos, e sim uma necessidade real e que justifica plenamente a sua contratação, pois contribui para que a Administração Pública possa realizar a fiscalização de obras complexas e de grande porte de forma eficiente e plena, defendendo sempre o interesse público, o que nesse ponto é imensurável”.

Essa semana, a prefeitura decidiu suspender a licitação do lote 4.1 da Linha Verde, na região norte da cidade, após o Tribunal de Contas do Paraná  (TCE-PR) recomendar a suspensão do edital. As propostas encaminhadas pelas empresas interessadas na execução da obra seriam abertas nesta semana, mas com a suspensão o processo licitatório foi interrompido e deve ser reaberto nas próximas semanas. A coordenadoria de Obras Públicas do TCE-PR apontou algumas questões no processo licitatório que poderiam ser questionadas na justiça, e atrasar ainda mais as obras desse trecho que deveriam ter sido concluídas em dezembro de 2020, mas o consórcio responsável abandonou a obra com apenas 20% do trabalho concluído. O TCE questionou a validade do Estudo de  Tráfego que era de 2020, e por isso estaria provavelmente desatualizado. O TCE solicitou também novos decretos de desapropriação, imissões de posse provisórias e definitivas, e eventuais novas plantas de desapropriação atualizadas para comprovar não haver nenhum impedimentos para a retomada e conclusão das obras.

O vereador Dalton Borba deve encaminhar um novo pedido de informações acerca das obras na Linha Verde, desta vez à Procuradoria Geral do Município, para buscar mais dados e informações sobre a execução dessa obra que é de extrema importância para a mobilidade de Curitiba.

 

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