Verba errada pagou por viaturas erradas

Incomodado com as reclamações que vinham do 3.º andar do Palácio Iguaçu sobre a demora na aquisição de viaturas para a Polícia Militar, o secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita, acabou realizando a compra de 580 veículos, num valor total de R$ 51,6 milhões. As viaturas já foram entregues  à PM com festa defronte ao Palácio Iguaçu, dias atrás.

Tudo estaria perfeito não fossem duas questões que estão sendo levantadas por órgãos de fiscalização e até mesmo por policiais obrigados a conduzir viaturas inadequadas.

O primeiro questionamento poderá levar o governo do estado e o próprio secretário a responder perante o Tribunal de Contas por uma irregularidade: as verbas utilizadas para a aquisição das viaturas saiu do Funrestran, a chamada “rubrica 111”, cujos recursos são formados por multas arrecadadas por infrações de trânsito e cuja aplicação, segundo a lei, deve ser exclusivamente em ações de educação de trânsito. O Funrestran não prevê a compra de viaturas.

O segundo questionamento diz respeito à incorporação na compra de 90 veículos da marca Toyota, do pequeno modelo Etios, que custaram R$ 6,52 milhões. Eles foram adaptados para servirem como “viaturas humanizadas”: em vez de serem empurrados para dentro do camburão traseiro, nessas viaturas “humanizadas” os presos vão confortavelmente sentados no banco de trás, separados dos da frente por uma tela de proteção.

Os policiais reclamam: são viaturas muito pequenas e inadequadas para grande parte das atividades policiais. Além de ficarem mal acomodados nos bancos dianteiros, eles dizem que não só os detidos precisam ser conduzidos, mas também as vítimas, crianças vulneráveis, feridos, parturientes e até mesmo um terceiro ou quarto policial. Acomodados no mesmo banco traseiro das “viaturas humanizadas”? “É uma desumanidade”, dizem os críticos.

O secretário Mesquita, porém, justifica. Diz ele, pelas redes sociais, que as “viaturas humanizadas” foram compradas com verba federal, do Ministério da Justiça (Secretaria Nacional da Segurança Pública). E que foi a União que impôs a compra “daquele” veículo com “aquelas” características.

O Diário Oficial do Estado também dá conta de que os recursos que pagaram as 580 novas viaturas saíram mesmo do Funrestran (rubrica 111) e não foram repassados pelo governo federal.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Só respeita à polícia que um dia precisa dela!!! Viatura humanizada só pros delinquentes pq pros pobres trabalhadores da segurança é uma M!!!! E quanto a forma de compra e pagamentos esperar o que desta gente?…

  2. O que se pode esperar do pior governo das terras das araucárias? Pior ainda é que fazem essas lambanças pq sabem q não serão responsabilizados pelo malfeito. Mas não seria ainda mais importante perguntar o que há por trás dessa lambança com verbas públicas ? Parece tb que não existe advocacia pública para proceder exame de legalidade dos atos a serem praticados no âmbito administrativo.

  3. Em cartaz o filme “Pinóquio das Araucárias com sotaque do Zé Carioca”.
    A segurança do Paraná encolheu na desajustada administração da Sesp nos últimos anos. Ele não consegue sequer organizar seus subordinados mais próximos. A Diretoria Geral da SESP não se acerta com a Chefia de Gabinete, que não se ajusta com os grupos de administração. Há tempos não se via tanta inação numa secretária só, de fazer desesperar até o mais calmo dos governadores.
    Há a inegável falta de aplicações consistentes de recursos nas polícias. O que anda, é porque o vento leva.
    A única coisa que funciona na SESP é a capacidade de criar factóides para gerar notícias ou então surrupiar boas ações da Polícia Civil e Polícia Militar como se do Secretário e seus asseclas fossem.
    Tudo para aparecer na mídia e satisfazer a vaidade que suplanta o bom senso e visa esconder a incapacidade administrativa e gerencial.
    Consegue-se enganar alguns por algum tempo, mas não todos por todo tempo, já disse alguém em tempos idos.
    Para o bem do Paraná, volte para a honrosa Polícia Federal, Dr, onde ainda é possível tentar surfar na onda da lava-jato e suas escutas, sem causar transtornos ao nobre povo do Paraná e nossa República de Curitiba.

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