As melancias se ajeitam de acordo com o sacolejo da carroça, diz o velho ditado popular. Serve para a política quando o destino da carroça é em direção a um governo novo e quando está em jogo o futuro de cada uma das melancias.
Enquanto a carroça era conduzida por Beto Richa, em rodovias bem conservadas e bem pedagiadas, o sossego era geral. Mas bastou o anúncio de que ele deixará o governo no dia 6 e o entregará ao comando da vice Cida Borghetti (e do marido Ricardo Barros), para que as melancias começassem a se agitar na Assembleia Legislativa à procura de estabilidade e conforto.
Além do deputado Plauto Miró Guimarães, que nesta quarta (28) anunciou aos colegas da bancada do DEM que está deixando o partido para se aninhar num outro que lhe permita apoiar o candidato Ratinho Jr. (PSD), pelo menos outros nove parlamentares também devem aproveitar o prazo de troca-troca partidário, que termina dia 7 de abril.
A maioria deve buscar legendas do campo dominado por Barros, articulador político e operacional da campanha da mulher, Cida, mas há alguns que mostram preferência também por Ratinho Jr. Estão na relação dos possíveis deputados mutantes os seguintes, com seus atuais partidos:
- Mauro Moraes (PSDB)
- Mara Lima (PSDB)
- Francisco Buhrer (PSDB)
- Luiz Carlos Martins (PSD)
- Gilberto Ribeiro (PRB)
- Missionário Arruda (PEN)
- Ademir Bier (MDB)
Há os que já anunciaram a mudança com destino já definido, casos de Franscischini Filho, que saiu do SD para acompanhar o pai no PSL e dar apoio a Jair Bolsonaro. Outro é Marcio Pauliki, que deixou o PDT e foi para o Solidariedade, mas mantém apoio a Osmar Dias.
A convicção dos deputados quanto à própria segurança em seus futuros partidos deve ser dividida em duas partes.
A primeira parte diz respeito à segurança de que desfrutarão em relação às próprias reeleições. Ou seja, uma situação que tem prazo para terminar em 7 de outubro, ou talvez até antes disso se perceberem que o candidato ao governo que abraçaram não vai ganhar a eleição.
A segunda parte começa exatamente no dia 7 e tão logo o TRE termine de contar os votos para governador. Se as urnas indicarem que haverá segundo turno e os ventos já estiverem soprando para indicar o favoritismo de um dos dois concorrentes, os deputados podem, outra vez, mudar de convicção.
E assim caminha a carroça cheia de melancias.
NÃO REELEJA NINGUÉM
VOTEM EM CANDIDATOS QUE NUNCA FORAM POLÍTICOS NA VIDA E NEM TIVERAM PARENTES NA POLÍTICA