Dois desembargadores do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) definiram nesta quinta-feira (27) aquela que pode vir a ser a maior pena já aplicada na Operação Lava Jato.
Eles condenaram o ex-vice-presidente da empreiteira Mendes Jr., Sérgio Cunha Mendes, a 47 anos e 3 meses de prisão. O juiz Sergio Moro tinha determinado uma pena bem menor, de 19 anos e 4 meses, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O julgamento foi suspenso por um pedido de vista do desembargador Victor Luiz dos Santos Laus. Caso os outros dois juízes não mudem futuramente seus votos, no entanto, o placar já está definido.
O caso está sendo julgado pela 8ª Turma do TRF-4, da qual fazem parte o desembargador Laus e também os magistrados João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen. Eles são os responsáveis por apreciar todos os recursos de condenados da Lava Jato.
Os três é que vão julgar, por exemplo, os recursos de Lula na Lava Jato, decidindo se mantém, anulam ou revisam, para cima ou para baixo, a sentença de Sérgio Moro contra o petista, de 9 anos e seis meses de prisão.
Gebran Neto deu o primeiro voto contra Sérgio Cunha Mendes, aumentando a pena do executivo. Foi acompanhado por Paulsen.
Os dois também condenaram, no mesmo processo, Rogério Cunha Pereira, ex-diretor de Óleo e Gás da empresa. A pena dele ficou em 32 anos e 8 meses de prisão. Alberto Elísio Vilaça Gomes, antecessor de Cunha Pereira no cargo, foi condenado pelos mesmos juízes a 33 anos e seis meses.
“Entendemos que a decisão é injusta e não exclui a interposição de recursos, nem a possibilidade de a empresa continuar negociando colaboração”, diz Marcelo Leonardo, advogado da empreiteira.