(por Ruth Bolognese) – Meu neto Pedro, aquele que me convenceu que a bituca de maconha esquecida lá em casa era fumo de rolo, largou o celular por breves instantes e concluiu que o Michel Temer não é apenas um vampiro.
– É um vampiro alienígena, vó!
E tem toda razão esse Pedro. Um alienígena que abduziu um ser humano meio híbrido, dos anos 40, algo entre o vampiro e o homem, tomou-lhe o corpo e agora se apresenta como presidente do Brasil.
Temer habita um Brasil que só existe na imaginação dele, mantém subjugada uma princesa linda e loura, conta com mais de 300 lacaios na Câmara Federal e se cerca de súditos tão fiéis quanto igualmente estranhos. Tem um Sarney Filho para preservar a natureza e um bigodudo de Roraima para confundir o Senado, por exemplo. No agronegócio, o único setor que literalmente produz algo no País, colocou um certo Blairo Maggi, capaz de comprar um cargo no Tribunal de Contas por R$12 milhões.
Aqueles ternos escuros e impecáveis, o cabelo milimetricamente ajustado ao cabeção, a face lisa de quem dormiu dois séculos, tudo nele remonta ao personagem principal do “Meu vampiro favorito”, sem a simpatia e a fantasia.
Temer só recebe visitas à noite, teve como seu colaborador mais próximo um típico vampirinho de Curitiba – hoje devidamente aprisionado a uma tornozeleira – e nunca mostra os dentes.
Temer não sabe que é diferente dos brasileiros, acha que quando fala aquele português castiço, é a nossa língua. Também ignora que o mandaram justamente para cá porque esse país se mostra, a cada dia mais inviável: aqui um bebê pode ser baleado dentro da barriga da mãe e um motorista pode atropelar um ciclista, correr 5 quilômetros até derrubar o corpo, preso ao capô, e fugir sem nem olhar pra trás.
E, por ser um alienígena, o Vampiro começa a completar sua missão: primeiro, raspou o tacho dos recursos públicos, até o último centavo, pra comprar adesão. Em seguida, liberou geral para acabar com a Amazônia – quem precisa de verde e ar puro dentro de um caixão ou em Marte? Agora, vai vender o país e, por fim, chamar os patrícios para a ocupação.
A venda começou a fazer nessa semana, oferecendo a Casa da Moeda para os chineses.
Deus meu, em que roubada nos metemos nascendo nesse país.