Zum-zum preocupante ronda um pregão eletrônico que o Ministério da Saúde realiza nesta quarta-feira (20) para a compra de um medicamento para câncer de mama. A preocupação reside no fato de que não há vestígios de que o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) tenha garantido sua participação no certame e arrisca perder a oportunidade de um faturamento da ordem de R$ 400 milhões.
O governo federal pretende compra 435 mil frascos de trastuzumabe para atender pacientes do SUS. Na última compra do produto feita pela União no ano passado cada frasco custou R$ 939,00.
O Tecpar é um dos laboratórios brasileiros com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária para importar o medicamento e, em tese, está apto a participar do pregão. Se não participar, abrem-se as portas para os multinacionais Roche e Libbs.
Técnicos da área, que acompanham o processo de compra, informam que o Tecpar detém desde o ano passado o direito de produzir o trastuzumabe com tecnologia da Rocha, mas com a sua própria marca numa fábrica que seria instalada em Maringá. Vencer o pregão desta quarta-feira é importante para viabilizar o empreendimento.
O trastuzumabe mudou a forma como o câncer de mama é tratado no mundo e figura na lista da Organização Mundial de Saúde (OMS) de medicamentos essenciais para combater a doença. A classificação é usada para orientar governos na decisão de oferta de medicamentos para a população.
O medicamento vem sendo ofertado desde 2012 na rede pública de saúde, mas apenas para pacientes com câncer de mama inicial e localmente avançado. Pacientes que apresentavam metástases não tinham acesso ao tratamento gratuito no SUS, apesar de terem indicação para uso com resultados expressivos.